10 Dicas valiosas para uma boa organização financeira

Organização financeiro: fotos de notas

Já começou a tentar poupar dinheiro e acabou desistindo no meio do processo? Ou até mesmo se perdeu entre os boletos e teve de adiar o sonho de fazer uma viagem, por exemplo?

A boa organização financeira é um dos principais desafios da vida adulta. Na maioria dos casos, crescemos sem nenhum tipo de educação nesse sentido, e é comum nos sentirmos perdidos.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em junho, 77,3% das famílias brasileiras encontravam-se endividadas; isto é, com dívidas a vencer. Já 28,5% estavam com as contas atrasadas. 

Neste cenário, é importante discutir cada vez mais sobre organização financeira. Afinal, é uma maneira não só de quitar as dívidas, como também de desfrutar de uma vida mais equilibrada e alcançar as tão sonhadas metas.

Nesse post, detalhamos os objetivos de uma boa organização financeira, separamos dez dicas práticas para você começar a aplicá-la já. Várias foram embasadas em obras de autores de renome!

Confira abaixo!

Qual o objetivo da organização financeira?

De maneira geral, a organização financeira tem por objetivo o gerenciamento equilibrado do seu dinheiro, de modo a ter uma boa qualidade de vida. Ou seja, conseguir pagar suas contas sem grandes infortúnios, fazer reservas para o futuro e atingir suas metas. 

Vamos supor que você tenha como objetivo comprar uma casa. Para isso, você provavelmente terá de se planejar. Assim, deve ter em mente quanto ganha, quais são seus gastos, e se eles são essenciais ou dispensáveis. 

Também deve estimar quanto dinheiro terá de guardar, e qual o tempo que necessário para isso. Com esse orçamento feito, poderá começar a poupar. Dessa forma, pode cortar gastos desnecessários e procurar o tipo de investimento ideal para você. Portanto, uma estratégia para alcançar seus objetivos é delineada. 

Todo esse processo é mapeado por uma boa organização financeira. Logo, por meio dela, você pode lidar com o dinheiro de uma maneira racional. 

10 Dicas para uma boa organização financeira

Como começar a sua organização financeira? Quais são os passos essenciais? Como dividir o salário?

Para ajudá-lo nesse início, e responder a essas perguntas, confira a lista abaixo com dez dicas para uma boa organização financeira: 

  1. Defina seus objetivos;
  2. Conheça sua realidade financeira;
  3. O que são gastos fixos, gastos variáveis e gastos sazonais? Use essas categorias;
  4. Corte gastos desnecessários;
  5. O que é a regra 50-30-20? Aplique esse método;
  6. Faça uma reserva de emergência;
  7. O que é investir? Defina um orçamento de investimento;
  8. Encontre o tipo de investimento ideal para você;
  9. Comece sua organização financeira já!
  10. Leia obras sobre organização financeira.

A seguir, detalhamos cada uma dessas dicas:

1. Defina seus objetivos

Listar seus objetivos para o futuro é uma maneira de estabelecer prioridades, além de ser importante para motivá-lo. O que você deseja fazer com seu dinheiro? Pagar uma pós-graduação? Iniciar o financiamento de uma casa? Ou viajar? Anote todos seus objetivos. Em seguida, classifique-os em prioridades. 

Comece também a detalhar cada uma dessas tarefas. Quanto dinheiro ela demanda? Como você pode economizar para atingi-la? Não se esqueça de também definir um prazo para cada uma de suas metas. Isso pode ajudar a escolher o tipo de investimento ideal para alcançá-la.

Ter seus objetivos em mente pode ser um fator estimulador na hora de poupar. Afinal, as restrições têm como alvo uma meta maior, sonhada por você. 

2. Conheça sua realidade financeira

Tendo os objetivos listados, o passo seguinte é anotar todos os seus gastos. Você pode definir um período para fazer esse monitoramento, como uma semana ou um mês. 

Para ajudar nessa tarefa, você pode usar uma planilha no computador, aplicativos no celular, ou até mesmo papel e caneta. Lembre-se que o ideal é que você comece já. Portanto, escolha a alternativa que melhor se encaixa na sua rotina e não demande muito tempo.

Em seguida, anote o quanto você ganha por mês. Aqui é importante registrar o seu salário líquido. Ou seja, aquilo você recebe de fato, retirados os descontos — por exemplo: Imposto de Renda, previdência social (INSS), vale-transporte e vale-alimentação. De maneira simples:

  • Salário líquido = salário bruto – descontos da folha de pagamento.

Com isso em mãos, você tem uma espécie de fotografia da sua vida financeira. A partir dela, você tem uma ideia nítida de quais são seus gastos mensais e o quanto você ganha de fato. 

3. O que são gastos fixos, gastos variáveis e gastos sazonais? Use essas categorias

Você pode categorizar os seus gastos, a fim de entendê-los melhor. No livro “Dinheiro sem medo”, o consultor financeiro Eduardo Amuri explica o que são gastos fixos, variáveis e sazonais:

  • Gastos fixos: os gastos que não se alteram em um horizonte de seis meses (exemplos: o aluguel, o condomínio, o valor médio da conta de luz);
  • Gastos variáveis: valores que oscilam todos os meses, mas que sempre acabam acontecendo (exemplos: restaurantes, mercado, gasolina, cafezinho, lazer);
  • Gastos sazonais: aqueles que têm época certa para acontecer, independentemente se parcelamos ou se pagamos de uma vez só (exemplos: o seguro do carro, o IPVA ou um grande parcelamento que está rolando no cartão).

Depois de anotar seu salário líquido, e categorizar seus gastos, você tem uma clareza maior de como seu dinheiro é consumido. Assim, pode prever aproximadamente os gastos do próximo mês. 

Ademais, você também fica atento se algo sai do esperado. Dessa forma, se seus gastos variáveis subirem sensivelmente em um mês, anote o que fez de diferente para não repetir. 

O mesmo vale para uma diminuição das contas mensais. Assim, você nota quais hábitos permitiram tal economia. 

4. O que é a regra 50-30-20? Aplique esse método

A regra 50-30-20 estipula como você deve gastar a sua renda líquida mensal. Ela divide os gastos em três categorias (essenciais, lazer e investimentos), definindo a porcentagem do seu salário que deve ser aplicada em cada uma delas. 

Conforme explica o economista Samy Dana no livro “Faça as pazes com suas finanças”

  • 50% da receita deve ser empregada em despesas obrigatórias e essenciais — isto é, os gastos com moradia, conta de luz e supermercado, por exemplo.
  • Já 30% é destinado para o entretenimento, lazer e gastos extras inesperados.
  • Por fim, 20% são destinados aos investimentos.

A regra 50-30-20 está esquematizada na tabela abaixo:

Porcentagem da receita líquida mensalCategoria de gastosExemplos
50%Gastos obrigatórios e essenciaisMoradia, supermercado e conta de luz
30%Gastos com entretenimento, lazer e imprevistosCinema, shows e streamings
20%Gastos com investimentosPoupança

De acordo com seu momento de vida, você pode flexibilizar a regra 50-30-20. Desse modo, se você está no início da carreira, pode ser que não tenha tanto dinheiro para investir. Assim, pode poupar um pouco menos e ir aumentando seus investimentos conforme se consolida.

Por outro lado, se já alcançou uma estabilidade profissional, pode querer investir mais. O importante é definir um equilíbrio entre essas três categorias. E, claro, não deixar a última parte da equação zerada. Tente sempre investir parte do seu salário.

5. Corte gastos desnecessários

Agora que você tem um mapa detalhado de todos os seus gastos, fica mais fácil entender quais são supérfluos e podem ser cortados. Ao cortar, tente focar nos gastos variáveis. Afinal, os fixos geralmente são itens essenciais, como moradia, energia elétrica e alimentação. 

Desse modo, você pode tentar cancelar aquele streaming que não assiste com tanta frequência, ou economizar nas saídas de fim de semana. 

Aqui é importante que você tenha em mente que o foco de uma boa organização financeira é o equilíbrio ao lidar com dinheiro, visando a uma boa qualidade de vida. Portanto, não saia cortando todas as atividades que lhe dão prazer, a fim de economizar. 

6. Faça uma reserva de emergência

A reserva de emergência é uma quantidade de dinheiro guardada para eventualidades e imprevistos. Por exemplo, você é demitido de seu emprego e precisa de um tempo até arranjar um novo. Ou tem uma despesa médica inesperada.

Essa reserva garante sua segurança financeira até que as coisas voltem ao normal. Assim, por meio dela, você pode passar por esse período atípico sem se desorganizar financeiramente.

Qual é o valor ideal para a reserva financeira? Agora que você tem seus gastos detalhados, você sabe, em média, o quanto precisa para passar um mês: a somatória dos gastos fixos e variáveis.

Dessa forma, você pode multiplicar esse valor por quantos meses você quer ter de segurança, para resolver quaisquer imprevistos que surgirem. De maneira simples:

  • Gasto mensal = gastos fixos + gastos variáveis
  • Reserva de emergência = (meses de segurança financeira) x gasto mensal

Tendo o valor da sua reserva de emergência definido, você pode começar a poupar mensalmente, a fim de atingi-la.

Uma estratégia para isso é tratar o valor que será transferido à sua reserva como uma conta fixa. Isto é, você vai pagar esta “dívida” todos os meses e, por consequência, constrói sua reserva para urgências.

7. O que é investir? Defina um orçamento de investimento

Investir é aplicar o dinheiro com o objetivo de obter uma remuneração no futuro. Dessa forma, se você depositar R$ 100 em sua poupança, a meta é que, mais tarde, quando você consultar o seu saldo, o valor acumulado seja maior que aquele depositado. 

Por que investir? Em seu livro “Dinheiro sem medo”, o consultor financeiro Eduardo Amuri argumenta:

O ato de investir se faz necessário porque muitos dos nossos desejos não cabem no nosso fluxo mensal. Se você desconsidera a possibilidade de investir (ou mesmo de poupar, que, no nosso contexto, significa acumular sem expectativa direta de rentabilização), isso significa que o bem de maior valor que você poderá conquistar está limitado ao montante que você ganha em um mês” (AMURI, 2017, p. 148).

O orçamento de investimento é a parcela de sua renda líquida mensal destinada a investir. Se você seguir a regra 50-30-20, recomendada por economistas, deve reservar 20% de tudo o que ganha aos investimentos. 

8. Encontre o tipo de investimento ideal para você

Existem diversos tipos de investimento, que variam em relação à rentabilidade. Ou seja, o montante obtido vai variar de acordo com a categoria de investimento que você escolheu. 

Confira na lista abaixo os tipos de investimentos, detalhados em relação à sua segurança e rendimento:

  • Renda fixa: são os investimentos mais seguros; rendem a uma taxa fixa; apesar da segurança que proporcionam, costumam render menos. Exemplos: CDB (Certificado de Depósito Bancário) e Tesouro Direto;
  • Renda variável: são investimentos menos seguros, porque seu rendimento oscila; costumam ter um retorno financeiro maior, apesar de seu risco. É importante ter uma reserva de emergência antes de começar. Exemplos: ações de empresas.

O tipo de investimento ideal depende do seu perfil e das suas prioridades. Tenha sempre em mente o objetivo que você definiu, e o prazo em que você gostaria de alcançá-lo.

9. Comece sua organização financeira já!

Agora que você entendeu os objetivos da organização financeira e viu dicas de como colocá-la em prática, é importante que você comece.

Um dos empecilhos para uma boa organização é o constante adiamento. A partir de pequenos passos, como a categorização dos gastos ou uma transferência mensal para uma reserva de emergência, você pode começar.

10. Leia obras sobre organização financeira

Por fim, o aprendizado sobre organização financeira é contínuo. Você sempre pode aprofundar seus conhecimentos lendo uma obra sobre um tema específico em economia. Ou ler livros que atualizem aquilo que você já sabe, com novos dados e perspectivas. 

Para isso, é importante que você busque fontes confiáveis. Na lista abaixo, confira obras com as quais você pode aprender mais sobre organização financeira:

Esperamos que tenha gostado deste texto sobre organização financeira! Que tal conferir também nosso texto sobre o profissional do futuro?

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