Guia completo sobre Internet das Coisas!

Internet das coisas: computador e nuvem

Você já parou para pensar que existem bilhões de dispositivos conectados à internet? De equipamentos industriais a carros, aspiradores de pó e até escovas de dentes. Eles possuem sensores utilizados para coletar dados e responder aos usuários de forma inteligente. 

A esta rede de dispositivos conectados e à tecnologia que possibilita a sua comunicação conosco, chamamos Internet das Coisas (ou Internet of Things, IoT — em inglês).

Se antes os chips de computadores eram grandes e volumosos, dificultando a inclusão de sensores e processadores em objetos do cotidiano, nos últimos anos, tais chips se tornaram menores, mais rápidos e mais inteligentes.

Somado à alta largura de banda, isso fez com que o custo de integrar a capacidade computacional a objetos do dia a dia diminuísse de forma significativa. Equipamentos IoT estão presentes em nossas casas, empresas, transportes e avenidas atualmente.

O fato é que, a partir de facilidades como computação de baixo custo, nuvem, big data, machine learning e tecnologias móveis, dispositivos físicos podem coletar, enviar e compartilhar uma quantidade enorme de dados, com intervenção humana mínima. 

Nesse sentido, a fusão entre os mundos físico e virtual se torna cada vez menos algo que se assemelha à ficção científica e vira parte corriqueira do nosso dia a dia.

Neste artigo, nos aprofundaremos na Internet das Coisas e em suas aplicações práticas. Continue a leitura e entenda os potenciais e desafios relacionados à IoT!

O que é a Internet das Coisas?

Internet das Coisas é a rede global crescente de objetos físicos conectados à internet, capazes de reunir e transmitir dados. Esses objetos, que podem ir de eletrodomésticos a maquinários industriais robustos, possuem identificadores exclusivos.

Vale destacar que a IoT também pode incluir o uso de dispositivos como monitores de frequência cardíaca por pessoas, para prevenção de ataques cardíacos, ou até de coleiras capazes de rastrear a localização e a saúde de um cão. Ou seja, este conceito não pode ser limitado a uma explicação de poucas linhas.

No livro Internet das Coisas, o autor Sergio Luiz Stevan Junior define a ideia por trás do conceito da seguinte forma:

“A internet é um ambiente virtual repleto de informações provindas de diversos dispositivos a ela conectados, não havendo necessidade de estarem fisicamente no mesmo ambiente para se comunicarem. Dessa forma, um grande conjunto de dados pode estar disponível e acessível virtualmente, dando origem ao que podemos chamar de nuvem (de dados).

Uma vez que qualquer dispositivo ligado à internet pode ser identificado através de endereçamentos universais (chamados de endereços IP), é possível imaginarmos que qualquer ‘coisa’ possa prover informações a esse ambiente e se comunicar com qualquer outra ‘coisa’ que nela esteja conectado. Esta é a definição mais ampla do que é Internet das Coisas ou simplesmente IoT, que é a abreviação do termo em inglês: Internet of Things

Ainda que para muitos autores, em um primeiro momento, a IoT refira-se primordialmente à localização ou rastreio de objetos (coisas) com consulta em ambiente virtual (internet) a qualquer lugar e hora, atualmente entende-se que a IoT se refere a toda troca de informações, seja de cunho informativo, automatizado ou inteligente”.

Indo além, o autor ressalta que podemos ainda afirmar que a IoT é uma rede concebida por inúmeras redes menores, com altíssima quantidade de objetos, sensores, atuadores e outros dispositivos (não apenas computadores) conectados a ela.

Esta conexão acontece por intermédio de uma infraestrutura de comunicações para fornecer serviços de valor agregado. Sendo assim, permite que pessoas e coisas possam estar conectadas a qualquer hora, em qualquer lugar, por meio de qualquer serviço ou rede.

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Como surgiu a Internet das Coisas?

A origem do termo Internet das Coisas é atribuída a Kevin Ashton, que utilizou o termo em uma apresentação realizada em 1999, na empresa Procter & Gamble (P&G). 

Dez anos mais tarde, em um artigo publicado no RFID Journal, Ashton fez referência à apresentação e expôs o que é considerado por muitos como a definição de IoT.

Segundo ele, “se tivéssemos computadores que soubessem de tudo o que há para saber sobre coisas, usando dados que foram colhidos, sem qualquer interação humana, seríamos capazes de monitorar e mensurar tudo, reduzindo o desperdício, as perdas e o custo. Gostaríamos de saber quando as coisas precisarão de substituição, reparação ou atualização, e se eles estão na vanguarda ou se tornaram obsoletas”.

A Internet das Coisas vem se desenvolvendo desde então, a partir do uso de redes convergentes – como as redes sem fio –, sistemas microeletrônicos e a própria internet.

Atualmente, fala-se também em IoE (Internet of Everythng – Internet de Todas as Coisas, na tradução para o português) e WoT (Web of Thigns – Web das Coisas). 

Assim, enquanto IoT e IoE se relacionam à comunicação entre máquinas, sensores e “coisas” a partir de dispositivos de uma rede de dados, WoT faz referência a softwares, aplicativos e sites da web se retroalimentando com recursos e informações.

Marcos na evolução da Internet das Coisas

Veja alguns marcos da evolução da IoT:

  • 1989: Tim Berners Lee criou a rede mundial de computadores, que conhecemos como World Wide Web;
  • 1990: John Romkey inventou a Internet Toaster, uma torradeira que se conectava à internet — trata-se do primeiro dispositivo IoT.
  • 1999: Surge o Radio Frequency Identification (RFID). Trata-se de uma forma de comunicação sem fio usada para detectar objetos;
  • 2005: Primeiro relatório baseado na Internet das Coisas é publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU);
  • 2008: Primeira conferência sobre IoT é realizada na Europa;
  • 2022: Previsão de gastos mundiais na IoT é de 1,1 trilhão de dólares;
  • De 2021 a 2026: Segmento da Internet das Coisas Industrial (IIoT) terá uma taxa de crescimento composta (CAGR) de 6,7%;
  • 2025: Impacto econômico anual de IoT deve ficar entre 50 e 200 bilhões de dólares.

IoT e computação em nuvem

A computação em nuvem (ou cloud computing, em inglês) consiste na disponibilização de aplicativos e serviços na internet, por meio de servidores de dados (data centers) acessíveis em qualquer parte do planeta. 

No livro Internet das Coisas, mencionado mais acima, Sergio Luiz Stevan Junior explica que o que chamamos de “nuvem” é uma metáfora que representa algo universal, em constante movimento e expansão. Ou seja, trata-se de uma simbologia para a amplitude do alcance da internet, que indica ao mesmo tempo a sua complexidade.

Sobre o termo, assim explica o autor:

“Por outro lado, a nuvem computacional significa que toda uma rede de computadores estará disponível ao usuário para que ele possa executar seus ­programas e aplicações sem que precise saber exatamente quais computadores estarão fazendo o trabalho.

Qualquer usuário com conexão à internet pode acessar a nuvem e os serviços que ela fornece. Como esses serviços geralmente estão conectados, os usuários podem compartilhar informações entre vários sistemas e com outros usuários”.

Talvez você esteja se perguntando onde a Internet das Coisas entra neste contexto. E o autor esclarece:

“Em todos os pontos. Uma vez que um dispositivo seja endereçável e acessível na internet, ele pode ser constantemente monitorado por serviços em nuvem, permitindo que um dispositivo possa ter seus dados acessados por diferentes usuários, em diferentes localizações, simultaneamente ou não, e em tempo real”.

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Onde a IoT pode ser aproveitada?

Segundo um estudo divulgado pela consultoria McKinsey, boa parte do valor da Internet das Coisas pode ser observado no ambiente corporativo. Ou seja, na aplicação desta tecnologia em fábricas, no gerenciamento de produção agrícola, na manutenção preditiva, entre uma série de outras frentes de uso nos negócios.

Na área médica, as perspectivas de uso da IoT são também bastante promissoras. Para que se tenha uma ideia, um relatório da AllTheResearch, publicado em março de 2020, indicou que o mercado de IoMT (a IoT médica) deve atingir 254,2 bilhões de dólares em 2026.

Setores como o de varejo, veículos autônomos e até mesmo as cidades inteligentes devem explorar cada vez mais o valor da Internet das Coisas. Sem contar com a acelerada adoção desta tecnologia no interior nas residências, como já exemplificamos mais acima.

A IoT traz mais praticidade, produtividade e economia de recursos tanto para empresas quanto para pessoas.

Inclusive, os governantes têm reconhecido também a sua importância para as corporações e, como consequência, para a economia.

No Brasil, em dezembro de 2020, foi publicada a Lei nº 14.108/2020. Trata-se de uma norma que cria incentivos tributários para que a Internet das Coisas se desenvolva no país.

A Internet das Coisas é segura?

No livro Indústria 4.0, Paulo Samuel de Almeida aborda alguns dos possíveis riscos associados à Internet das Coisas: 

“Na medida em que a IoT descreve um cenário no qual praticamente tudo está conectado, obviamente, há riscos associados. Por isso, as convenções que tratam do conceito devem considerar uma série de parâmetros preventivos e corretivos, sobretudo voltados à segurança e à privacidade”.

O autor aponta, ainda, que “a Indústria 4.0 necessita de proteção contra possíveis ataques de hackers, que podem comprometer o desempenho da empresa no que concerne à fabricação de produtos, além do risco de invasão e alteração/apropriação das informações sobre os clientes”. (destaques nossos)

Isso significa que um dos desafios da efetivação do uso da Internet das Coisas no cotidiano das empresas é a segurança. As companhias lidam com desafios de risco cibernético.

Entre os maiores entraves para a proteção de dados, está a limitação apresentada por determinados dispositivos e máquinas. Isso acontece porque alguns equipamentos foram desenvolvidos com foco em eficiência e redução de custos, em detrimento da segurança.

Todavia, avanços nos protocolos de comunicação que tornam viável a Internet das Coisas têm ajudado a blindar uma série de problemas ligados a vazamento de dados e privacidade, seja para as empresas ou para os consumidores finais.

Ou seja, para que o uso da IoT seja seguro, os equipamentos e softwares contratados devem ter a proteção e a segurança da informação entre os seus fundamentos. É necessário contar com parceiros que estabeleçam este comprometimento.

A Internet das Coisas deve observar a LGPD?

A implementação das soluções IoT deve estar de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), considerando que elas podem coletar e transacionar informações pessoais em determinados contextos. 

A legislação determina as diretrizes sobre como as empresas lidam e protegem os dados pessoais de clientes e usuários. Caso não respeitem a lei, as companhias podem sofrer sanções em diferentes níveis.

Quais são os setores que já aplicam a IoT?

Ainda no livro Internet das Coisas, Sergio Luiz Stevan Junior explica que a Internet das Coisas (IoT) pode ser apresentada em diferentes visões, perspectivas, cenários ou até mesmo por meio dos diferentes setores econômicos.

“Assim, poderíamos analisá-la tomando como exemplo o nosso deslocamento no cotidiano, saindo de nosso lar (casas inteligentes) rumo ao nosso trabalho (indústria inteligente/Indústria 4.0). Durante esse deslocamento, podemos utilizar veículo próprio, ou por meio de aplicativos de transporte remunerado individual (Uber, 99, Cabify etc.), ou, ainda, transporte coletivo (setor de transportes). 

Durante esse deslocamento, podemos nem perceber a interatividade entre os veículos, a transmissão de dados dos sistemas de monitoramento de cargas e tráfego nas rodovias (setores de transportes, logística e cidades inteligentes). Olhando para fora, vemos as linhas de transmissão e podemos imaginar todo o sistema de monitoramento de energia e inserção de fontes alternativas (setor de energia). 

Chegando ao trabalho, percebemos um grande conjunto de sistemas de segurança, seja de acesso, monitoramento ou credenciamento (setor de segurança).

Ainda podemos imaginar que existem setores que nos aguardam ao final do expediente, quando retornamos para casa para descansar. Lá, podemos ligar nossa smart TV para consultar o horário do filme e fazer sua programação, ou saber a que horas começa o jogo de futebol de nossa preferência (setor de entretenimento e esportes). 

Podemos acessar via smartphone as notícias da bolsa e perceber que a agricultura brasileira bateu novo recorde de produção este ano, especialmente devido à inserção de tecnologia no campo (setor agroindustrial). 

Ou, ainda, lermos outra reportagem que conta sobre um novo procedimento médico que possibilita operações complexas realizadas remotamente pelo médico, por meio de robôs que repetem seus movimentos (setor de biomédico e de atenção à saúde)”.

Sergio Luiz Stevan Junior é minucioso ao detalhar as diferentes frentes de aplicação da IoT em sua obra. Mas, vamos aqui nos ater às perspectivas mais gerais em relação às possibilidades apresentadas pela Internet das Coisas. São elas:

  1. Casas inteligentes;
  2. Cidades inteligentes;
  3. Industrial;
  4. Logística;
  5. Saúde;
  6. Agronegócio;
  7. Serviços financeiros.

Acompanhe a leitura!

1. Casas inteligentes

Quando pensamos em casas inteligentes, ou smart houses, logo nos vem à mente produtos como:

  • Detectores de alarme de incêndio;
  • Lâmpadas;
  • Câmeras de segurança; 
  • Sensores de movimento;
  • Aspiradores de pó conectados a assistentes virtuais; etc.

Sobre o assunto, Luiz Stevan Junior explica, no livro Internet das Coisas, que 

“(…) foi apenas nos anos 1990, com o desenvolvimento da microeletrônica e o barateamento dos sistemas microcontrolados, que diversos ­controladores domésticos puderam ser desenvolvidos. Entretanto, somente a partir do ano 1998, com o estabelecimento da internet, que o conceito de smart houses ou “casas inteligentes” foi efetivamente estabelecido, com diferentes dispositivos interconectados em rede”.

Segundo o autor, atualmente, uma casa é denominada “inteligente” se estiver equipada com dispositivos conectados entre si ou em rede. 

“Em outras palavras, a definição ‘inteligente’ deve-se à habilidade de comunicação e interpretação de comandos predefinidos desses dispositivos entre si e/ou com outros por meio da internet, e não é necessariamente decorrente de uma possível tomada de decisão do dispositivo em função de características ou intervenções do ambiente”, afirma.

O autor menciona uma pesquisa realizada em 2016 pela Intel Security, que ouviu mais de nove mil pessoas em nove países, em relação ao que elas entendiam em linhas gerais por “casa inteligente”. 

Os resultados mostraram que 75% dos entrevistados esperavam ter benefícios diretos ao morar em uma casa inteligente.  Além disso, mais de 55% dos respondentes esperavam ter redução das contas de gás e eletricidade.

Os dispositivos de uma casa inteligente mais citados na pesquisa, de acordo com o autor, foram: 

  • Iluminação inteligente (73%);
  • Eletrodomésticos e eletroeletrônicos de cozinha (62%);
  • Termômetros e/ou sistemas de aquecimento e caldeira (60%).

2. Cidades inteligentes

O conceito de “cidades inteligentes” costuma ser associado tanto à aplicação de tecnologia de ponta no ambiente urbano quanto ao aspecto econômico e sustentável presente nesses espaços. Ou seja, o uso de soluções tecnológicas e inovadoras não está necessariamente relacionado ao termo.

Entretanto, vamos nos ater aqui à perspectiva de cidades inteligentes relacionada à conectividade e à digitalização de informações que o ambiente possui. 

Luiz Stevan Junior indica uma pesquisa realizada pela Juniper Research (Basingstoke, Reino Unido), divulgada pelo Internet of Things Institute (IoTI) em maio de 2016, que elencou as cinco cidades mais inteligentes do mundo.

Para isso, o estudo usou como critério de classificação um conjunto de parâmetros que incluíam: 

  • Adoção de tecnologias de smart grid;
  • Iluminação inteligente;
  • Uso de tecnologia de informação para melhorar o tráfego;
  • Pontos de acesso wi-f; 
  • Penetração de smartphones e nível de sensoriamento para aplicações de sustentabilidade e panorama de aplicativos. 

Contudo, os parâmetros mais importantes para o ranqueamento das cidades foram transporte e energia. Sobre o assunto, explica o autor:

“Em transporte, os principais esforços encontram-se em técnicas para redução de taxas de congestionamento, semáforos dinâmicos, uso de sensores rodoviários, estacionamentos inteligentes e sistemas de informação inteligentes para o usuário do transporte público. Já para o setor de energia encontram-se sistemas de smart grid com informações de consumo, monitoramento e supervisão do sistema para manutenção e sistemas de energia renovável.

Nesse panorama, a cidade com maior pontuação na pesquisa foi Singapura (na verdade, uma cidade-estado), seguida de Barcelona (Espanha), Londres (Reino Unido), São Francisco (Estados Unidos) e Oslo (Noruega). Todas apresentaram grande nível de sensoriamento, principalmente no trânsito, e têm proposto soluções para a redução e monitoramento do tráfego e de informações para o condutor”.

Segundo ele, uma situação comum nas cidades inteligentes é o acesso aberto a um grande conjunto de informações coletadas. Deste modo, a população pode consultá-las, com a possibilidade de desenvolvimento de aplicativos capazes de proporcionar ainda mais inserção de inteligência nessas cidades, com atenção a privacidade dos cidadãos.

3. Industrial

Antes de mais nada, é importante contextualizar sobre os fundamentos da indústria 4.0. Em Indústria 4.0, Paulo Samuel de Almeida, explica que:

“Com a evolução tecnológica e a integração dos processos segundo o conceito da Indústria 4.0, os sistemas de produção passaram a ficar cada vez mais inteligentes, capazes de detectar o surgimento de necessidades produtivas, de suprimentos e de matéria-prima, o que envolve a união de tecnologias físicas e digitais e a integração de todas as etapas do desenvolvimento de um produto ou processo. Isso trouxe um impacto muito positivo, traduzido em maiores eficiência e produtividade”.

Neste contexto, o autor indica algumas bases tecnológicas e digitais que se evidenciam. Entre elas, estão:

  • Acompanhamento em tempo real;
  • Virtualização;
  • Análise de dados e big data;
  • Robótica;
  • Simulação;
  • Sistemas de integração vertical e horizontal;
  • Cibersegurança;
  • Computação em nuvem;
  • Manufatura aditiva;
  • Realidade aumentada;
  • Internet das Coisas.

Especialmente sobre este último ponto, o autor esclarece:

“A Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) consiste na conexão entre rede de objetos físicos, ambientes, veículos e máquinas por meio de dispositivos eletrônicos, permitindo a coleta e a troca de informações. Na indústria de produtos e serviços, a IoT representa diversas tecnologias que anteriormente não estavam ligadas e que, agora, estão conectadas por meio de uma rede baseada em IP (internet protocol). 

Este é um dos alicerces do crescimento digital. Espera-se, com a aplicação da IoT à Indústria 4.0, que um maior número de dispositivos seja acrescentado e conectado por intermédio de padrões tecnológicos, permitindo que dispositivos de campo se comuniquem e interajam uns com os outros como controladores mais centralizados”.

4. Logística

As tecnologias móveis e a Internet das Coisas permitem a busca da melhoria da produtividade, além do aumento da rentabilidade e da otimização de operações.

As empresas têm a possibilidade, a partir de soluções adequadas de IoT, de conectar os seus dispositivos por meio de uma rede em nuvem centralizada, capaz de viabilizar a captura e o compartilhamento de seus dados e promover a visibilidade de suas operações em tempo real.

No livro Internet das Coisas, Sergio Luiz Stevan Junior explica:

“Em especial, dados de estoques monitorados podem ser acessados por responsáveis e empresas parceiras, de modo que a gestão de reposição (compra e venda) seja otimizada.

De forma adicional, as ferramentas de IoT permitem que todas as ‘coisas em movimento’ possam ser identificadas por códigos de barras ou tags RFID, e assim sejam rastreadas durante seu deslocamento, proporcionando melhor gestão do processo logístico.

Por meio dessas ferramentas, as decisões são tomadas mais eficazmente e os problemas são resolvidos de forma mais veloz. Por isso, muitas empresas de transporte e logística que usam dispositivos de identificação baseados na IoT hoje cumprem quase 100% dos prazos de envio e recebimento de encomendas. Além disso, os pedidos são processados até 30% mais rápido e há redução de até 30% nos custos de mão de obra”.

5. Saúde 

Estatísticas já apontam os diversos ganhos do uso da Internet das Coisas na medicina. Um exemplo é a análise realizada pelo Bureau of Labor Statistics, em relação ao impacto de pacientes sendo monitorados de suas próprias casas, em vez de estarem internados.

O estudo indicou que houve uma redução de custo de US $4.342 para US $3.414 por paciente. Neste caso, foram considerados os custos relativos ao processo de internação e às demais despesas envolvidas.

Os dispositivos médicos conectados, assim como as diversas aplicações que os sistemas de informação voltados ao cuidado da saúde suportam, acessíveis a partir de redes de computadores, estão cada vez mais evoluídos. Eles são o suporte ao que se chama de Internet das Coisas Médicas (IoMT, ou Internet of Medical Things).

Sobre o assunto, escreve Sergio Luiz Stevan Junior:

“Para se ter uma ideia da evolução, até 2020, estima-se que 40% da tecnologia concernente à IoT estará relacionada à saúde, mais do que qualquer outra categoria, perfazendo um mercado de 117 bilhões de dólares. A convergência da medicina e das tecnologias da informação, como a informática médica, transformará a saúde como a conhecemos, reduzindo custos, minimizando ineficiências e salvando vidas”

Equipamentos IoT usados na medicina

Confira, a seguir, alguns dos equipamentos IoT usados na medicina e nos cuidados com a saúde:

  • Sensores de monitoramento remoto de temperatura: Contribui com o aumento da segurança de medicamentos, hemoderivados e insumos termolábeis. Sua finalidade é monitorar as condições ideais de temperatura e umidade, seguindo os padrões pré-definidos para cada tipo de necessidade;
  • Monitoramento remoto de pacientes: Dispositivos IoT são utilizados para monitorar pacientes a distância, monitorando aspectos como frequência cardíaca, pressão sanguínea e temperatura. Os smartwatches são um exemplo deste tipo de equipamento;
  • Monitoramento de glicose: Existem ainda produtos capazes de não só automatizar o cálculo da glicemia do paciente, como também enviar os dados diretamente para o médico responsável;
  • Respiradores conectados: Ajudam os médicos e profissionais de saúde a identificarem a frequência de crises respiratórias nos pacientes. Deste modo, é possível investigar os motivos que levaram a esses quadros, assim como o tratamento para o problema;
  • Transporte e armazenamento de vacinas: Muitos imunizantes demandam condições especiais para transporte e armazenamento. Nesse sentido, a tecnologia pode ser empregada de forma similar ao controle remoto de temperatura a partir de um equipamento portátil, como uma caixa térmica, de modo a se monitorar as condições ideias para esses produtos;
  • Biossensores vestíveis: Tecnologia vestível, como pulseiras e relógios, já se tornaram bastante comuns em nosso dia a dia. Eles permitem a realização do monitoramento de diversos aspectos ligados à saúde do paciente, de forma prática e sem desconforto;
  • Lentes de contato inteligente: Por meio do uso da Internet das Coisas, já foi criada até mesmo a lente de contato inteligente. A partir dela, é possível analisar os fluidos nas lágrimas e medir o nível de açúcar no sangue. Surpreendente, não é mesmo?

6. Agronegócio

No livro Internet das Coisas, o autor Sergio Luiz Stevan Junior aborda também a IoT na perspectiva do agronegócio. Segundo ele, com o surgimento da IoT nas cidades, todo o processo de migração de dados para nuvens tem proporcionado um controle ainda mais preciso de informações agrícolas.

Ele se traduz tanto em termos de coleta de dados de sensores quanto em termos de controle de estoques, monitoramento de suprimentos e até monitoramento de mercado de valores — Bolsa. Observe:

“A agroindústria é um dos setores mais fortes, rentáveis e importantes do país. Como outros, vem experimentando uma notável evolução tecnológica, que começa no manuseio genético de sementes, passa pelo desenvolvimento de fertilizantes e defensivos baseados no constante estudo do ecossistema e do aprimoramento da cadeia alimentar e chega à automatização da criação de animais. Entretanto, o desenvolvimento mais notório tem-se concentrado na área de eletrônica e dos sensores que dão apoio ao monitoramento de toda a cadeia produtiva, em busca de maior qualidade e eficiência”.

7. Serviços financeiros

Para fechar, vale falarmos sobre o potencial da Internet das Coisas de transformar ainda mais os meios de pagamento, contribuindo para uma melhora significativa na experiência do cliente, principalmente com a chegada do 5G.

Fatores como o open finance, o surgimento do PIX, além da expansão das contas digitais, que já trouxeram um aumento na inclusão financeira, ganham ainda mais força com a IoT, que amplia o acesso a esses serviços para além de computadores e smartphones.

Dispositivos como pulseiras e relógios inteligentes substituem tanto os cartões de crédito e débito tradicionais quanto os próprios smartphones, na hora de o cliente fazer uma operação bancária. O dispositivo pode ser conectado à conta do cliente e, logo, interligado ao sistema da instituição financeira, facilitando a movimentação.

Como você pôde ver, a Internet das Coisas vem trazendo uma série de benefícios para diversos setores da economia, além do nosso próprio cotidiano.

A tecnologia permite maior compreensão de processos, aumento da produtividade, gestão mais eficiente, melhora na experiência dos clientes, manutenção preditiva e, pensando em nosso dia a dia, muita praticidade.

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