Empreendedorismo: o que é, vantagens, dicas e como é o cenário brasileiro
Quando nos deparamos com o termo empreendedorismo, geralmente pensamos em pessoas abrindo empresas, vendendo produtos ou serviços e até mesmo gerando empregos. Ou seja, fazendo a economia girar.
A associação não está incorreta. Contudo, é preciso que consideremos o ato de empreender a partir de todas as suas nuances.
A complexidade do empreendedorismo vai além de uma definição de poucas linhas. Por isso, neste artigo, abordaremos a prática de forma mais ampla.
Você entenderá:
- Como surgiu o empreendedorismo;
- Qual o cenário do empreendedorismo no Brasil e no mundo;
- Quais são os tipos de empreendedores;
- O que fazer para começar a empreender
- Que tipos de empresas podem ser abertas no Brasil,
- Principais nichos para se investir e muito mais!
Continue a leitura. Garantimos que, ao final deste artigo, você terá uma percepção muito mais abrangente sobre o empreendedorismo e as suas possibilidades.
O que é empreendedorismo?
O empreendedorismo está relacionado à disposição para, a partir da identificação de um problema ou oportunidade, investir recursos e competências a fim de dar início a um negócio, projeto ou movimento com potencial de gerar impacto positivo.
Aqui está outra definição para o termo, encontrada no dicionário Priberam:
“Atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quais atividades de organização e administração“.
Já conseguimos apreender, portanto, que o empreendedorismo está relacionado a características como proatividade e busca por inovação. Quem empreende precisa ter disposição para iniciar algo novo.
É exatamente o que mostra uma das definições do verbo empreender, também no dicionário Priberam:
“Pôr em execução ou dar início a uma tarefa, uma ação ou um empreendimento“, ou ainda “levar a efeito, realizar“.
O conceito de empreendedorismo passou por algumas mudanças ao longo dos séculos, a fim de se adequar às novas realidades de mercado. Contudo, sempre esteve atrelado à ideia de inovação.
Origem do empreendedorismo
É válido abordarmos a origem do conceito de empreendedorismo, que remonta ao século 18, com o início do processo de industrialização deflagrado na Primeira Revolução Industrial.
Naturalmente, o empreendedorismo evoluiu com o passar dos anos, e hoje é um dos grandes propulsores do desenvolvimento econômico mundial.
Aliás, o termo empreendedorismo foi originado em 1942, com a publicação do livro “Capitalismo, socialismo e democracia”, do economista austríaco Joseph A. Schumpeter.
Para o autor, empreender é inovar a ponto de criar condições para uma transformação radical de um determinado setor, ramo de atividade ou território.
Schumpeter acreditava que o empreendedor era responsável pelo processo de destruição criativa, ou seja, estava a seu encargo destruir o velho para criar novos produtos, métodos de produção e mercados.
Qual é o cenário brasileiro para o empreendedorismo?
A crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19 fez com que o Brasil registrasse mais de 3,9 milhões de novos empreendimentos em 2021, formalizados como micro e pequenas empresas. Isso representa um crescimento de 19,8% na comparação com o ano de 2020.
Segundo um estudo divulgado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae, em 2021, este tipo de empresa representava 56,7% dos negócios operantes no país, com cerca de 43 milhões de empreendedores.
Além dos números expressivos, chama também a atenção o grupo crescente de jovens no setor, na faixa etária entre 18 e 24 anos. Eles compõem 55% dos novos investidores. Já as mulheres representam 49% deste aumento.
O relatório do GEM acompanha as taxas de atividades dos empreendedores anualmente. A comparação de dados em 2019, 2020 e 2021 indica que a prática de empreender ainda não voltou aos níveis pré-pandemia na maioria dos países.
Contudo, existem exceções, como na Arábia Saudita e na Holanda, que apresentaram aumentos na atividade empreendedora nos últimos dois anos.
O Brasil subiu duas posições no ranking global, quando se considera a taxa de empreendedorismo total. Em 2020, o país ocupava o sétimo lugar, na lista com 47 países. Já em 2021, chegou à quinta posição. Está atrás da República Dominicana (45,2%), Sudão (41,5%), Guatemala (39,8%) e Chile (35,9%).
Empreendedorismo por necessidade
O relatório da GEM mostrou que o Brasil apresentou uma queda na taxa de empreendedorismo por necessidade em 2021, quando cerca de 48,9% dos empreendedores iniciais abriram um negócio em busca de uma fonte de renda. Em 2020, o percentual foi de 50,4%.
“A pandemia teve início em 2020 e junto com ela cresceu a quantidade de desempregados, motivados, em muitos casos, pelo grande número de restrições nas atividades econômicas. Com a vacinação e o arrefecimento das medidas restritivas, as empresas voltaram a funcionar e a contratar, o que pode ter reduzido o empreendedorismo por necessidade”, indicou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
A taxa de empreendedorismo por necessidade leva em consideração empreendedores nascentes — que pensam em abrir um negócio ou já o fizeram em até três meses — e novos empreendedores — que têm um negócio entre três meses e 3,5 anos.
“O que podemos entender desse resultado é que a maioria das pessoas que entraram no empreendedorismo em 2020 foi movida pela necessidade. A parte boa é que exatamente na “porta de entrada” (empreendedores nascentes), verificamos uma redução em 2021. Outro ponto positivo é que o empreendedorismo por oportunidade voltou a motivar mais da metade dos empreendedores iniciais (quando somam-se os nascentes e os novos)”, argumentou o presidente do Sebrae.
Empreendedorismo e scolaridade
Segundo o relatório da GEM, os empreendedores iniciais apresentam níveis mais avançados de escolarização, sendo que 28,5% deles possuem curso superior completo.
O resultado é o maior já identificado desde o ano de 2013, e apresenta um aumento em relação a 2020. Neste ano, 24,4% dos empreendedores iniciais possuíam essa mesma escolaridade.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, pontuou que, quanto mais escolarizado é o empreendedor, mais propenso é a empreender por oportunidade e realizar um planejamento do seu empreendimento, o que pode garantir uma taxa mais alta de sucesso.
Melles acredita que o avanço na escolaridade é essencial para a melhoria do empreendedorismo no Brasil.
Empreendedorismo e faixa de renda
A escolaridade mais elevada não se reflete no aumento da renda do empreendedor inicial. O levantamento da GEM indicou que eles ganhavam até três salários-mínimos em 2021.
“Podemos inferir que os empreendedores iniciais são de baixíssima renda e que grande parte deles são potenciais microempreendedores individuais (MEI) ou que se formalizaram há pouco tempo nessa figura jurídica”, comentou o presidente do Sebrae.
Enquanto 29,4% dos empreendedores iniciais ganham entre três e seis salários-mínimos, apenas 13,6% recebem acima de seis salários-mínimos.
Qual é o principal objetivo de um empreendedor?
A finalidade principal de um empreendedor, do ponto de vista econômico, é a de abrir um negócio a fim de desenvolvê-lo e gerar lucros.
Mas é claro que a função do empreendedor vai muito além. Envolve resolver problemas, lidar com uma série de desafios e ter coragem para correr riscos.
Algumas características são observadas nos perfis de empreendedores de sucesso. Entre elas, estão:
- Iniciativa;
- Persistência (pode ser necessário tentar algumas vezes até conseguir êxito);
- Autoconfiança;
- Senso de liderança;
- Visão inovadora (o famoso “pensar fora da caixa”);
- Busca constante por informações.
Quais são os tipos de empreendedorismo?
- Empreendedorismo em sentido estrito;
- Empreendedorismo social;
- Empreendedorismo digital;
- Empreendedorismo corporativo;
- Empreendedorismo em série.
Com o passar dos anos, o empreendedorismo deixou de ser algo necessariamente relacionado à abertura de uma nova empresa ou negócio. Ganhou, portanto, novas interpretações.
Por isso, apresentamos a seguir os principais tipos de empreendedorismo que observamos atualmente. Confira!
Empreendedorismo em sentido estrito
A palavra empreendedorismo, por si só, costuma se referir à criação do próprio negócio para a comercialização de produtos ou serviços, independentemente do porte da empresa.
Aqui entra tanto o empreendedorismo por necessidade, de que falamos anteriormente, quanto o por oportunidade. Este último acontece quando o empreendedor identifica um terreno ainda inexplorado e cria um negócio para preencher tal lacuna.
Já o empreendedorismo por necessidade, como você viu, é aquele em que um indivíduo cria um negócio porque não encontra outra forma de ganhar dinheiro.
Empreendedorismo social
Resolver um problema social (ou ambiental — neste caso, fala-se também em empreendedorismo verde) e ainda lucrar com isso: este é o foco do empreendedorismo social.
O termo começou a se tornar conhecido na década de 1980, com o apoio de Bill Drayton, eleito um dos 25 melhores líderes norte-americanos em 2005.
O empreendedorismo social é baseado na premissa de que é possível promover transformação social e criar soluções para problemas de larga escala, gerando também impacto socioeconômico.
Em 2017, o Sebrae, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), fez um mapeamento que identificou mais de 800 iniciativas de negócios de impacto social no país.
Três anos depois, em 2020, um levantamento do Fórum Econômico Mundial mostrou que, para os millennials, geração predominante na força de trabalho, o objetivo mais importante de uma empresa deve ser “melhorar a sociedade”.
De acordo com um levantamento da Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs), este tipo de empresa tem movimentado cerca de US$60 bilhões no mundo e registrado um aumento aproximado de 7% ao ano.
Vale destacar que, apesar do retorno financeiro, os empreendedores sociais costumam analisar o seu desempenho partindo do impacto social gerado por seu negócio.
Empreendedorismo digital
O empreendedor digital é aquele que cria um negócio a partir dos meios virtuais, como a internet. Não só a operação do empreendimento acontece de forma online, como também os produtos ou serviços são entregues em formato digital. Alguns exemplos de formatos são:
- Cursos online;
- Aplicativos;
- Softwares;
- Jogos;
- Livros digitais.
O cenário de pandemia, que levou a um período de isolamento social, ampliou ainda mais este modelo de empreendedorismo. Isso porque passaram a ser realizados shows, apresentações de teatro e até visitas a exposições de forma totalmente online.
Segundo o estudo “O E-commerce na Pandemia de 2020”, cada semana de quarentena equivaleu a uma semana de Black Friday, com relação ao número de pedidos realizados no formato online. O período apurado pelo levantamento indicou um crescimento de 145% no comércio eletrônico.
Empreendedorismo corporativo
Também conhecido como intraempreendedorismo, o empreendedorismo corporativo implica em empreender dentro da empresa onde já se trabalha.
Ainda que não seja dono ou sócio do negócio, o empreendedor corporativo usa seus conhecimentos e experiências para evoluir com a empresa. Ou seja, cria uma nova organização ou instiga a renovação ou inovação dentro da companhia.
A ideia, portanto, é que as empresas explorem ideias empreendedoras para a geração de novas soluções, que contribuam com o propósito do negócio e a sua adaptação ao mercado.
Empreendedorismo em série
O empreendedor em série é aquele profissional que dá início a diferentes negócios, um após o outro, em vez de permanecer por um longo período de tempo focado no mesmo empreendimento.
Há empreendedores que investem em empresas para vendê-las mais tarde. Outros mantêm participação no negócio, mas delegam a outras pessoas as responsabilidades gerenciais do dia a dia. Ou seja, contratam gerentes, diretoras ou até mesmo CEOs.
Como empreender? Confira 8 dicas de empreendedorismo!
Começar a empreender do zero envolve uma boa dose de planejamento. Uma série de etapas precisa ser cumprida antes da abertura do negócio. É preciso estudar o mercado em que se pretende atuar, levantar aporte financeiro e pesar diversos fatores.
Pensando nisso, reunimos a seguir algumas dicas para quem está começando a empreender. Confira!
1. Encontre uma oportunidade
Não basta acordar e dizer “vou abrir uma indústria de massas artesanais“, por exemplo. Antes de definir o seu segmento de atuação e o produto em que focará, é preciso encontrar uma necessidade de mercado que ainda não foi plenamente satisfeita.
Sabemos que nem sempre é fácil encontrar uma demanda por um produto ou serviço que ainda não existe no mercado. Mas você não precisa necessariamente criar algo totalmente novo.
Pode, como pontuamos há pouco, explorar uma necessidade do consumidor que ainda não foi inteiramente satisfeita. Seja por conta da qualidade das soluções oferecidas no mercado, da experiência de compra, do atendimento ou de outros fatores.
Além disso, há ainda a possibilidade de oferecer produtos ou serviços complementares (ou substitutos) a soluções que já existem.
Quando encontrar a oportunidade de mercado que mais tem a ver com o seu perfil, comece a estruturar uma concepção de negócio que seja, ao mesmo tempo, viável e com potencial de gerar lucro.
2. Estude o mercado
Se você já tem um produto ou serviço em mente para começar a empreender, aprofunde a sua pesquisa de mercado.
Defina exatamente o mercado em que você irá atuar e compile o máximo de informações possível sobre concorrentes, fornecedores e, claro, o seu público-alvo.
Já dizia Philip Kotler, conhecido como o “pai do marketing”:
“Existe apenas uma estratégia vencedora. É preciso definir cuidadosamente o mercado-alvo e direcionar uma oferta superior a ele“.
3. Procure capacitação
Hoje, existem muitos cursos voltados a novos empreendedores no mercado. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por exemplo, é referência no assunto e oferece diversos cursos e materiais gratuitos a aqueles que estão começando a sua jornada empreendedora.
4. Define o seu público-alvo
Entenda a fundo o perfil dos seus potenciais clientes, estudando as suas principais dores, preferências e necessidades.
Crie uma persona, ou seja, uma representação do seu cliente ideal. Ela deve ser construída levando em consideração características reais do seu público-alvo, especificando-as e segmentando o grupo que você deseja alcançar..
5. Defina o modelo de negócio
Após escolher o produto ou serviço que irá ofertar, além de seu público-alvo, chega o momento de definir o modelo de negócio do seu empreendimento. É o momento de pensar em como a sua empresa irá operar, de modo a gerar lucro.
Modelos de negócio
Possíveis modelos de negócio são:
- Loja virtual em marketplace;
- Loja virtual com estoque próprio;
- Loja virtual com vendas via redes sociais;
- Loja virtual com estoque terceirizado (dropshipping);
- Loja física;
- Loja física e loja virtual integradas;
- Serviço por assinatura no modelo SaaS (Software as a Service)…
Há diversas possibilidades. Portanto, a escolha deve ser feita considerando as particularidades do seu mercado e o comportamento de consumo observado em seu público-alvo.
6. Tenha um plano de negócios consistente
Um plano de negócios é uma ferramenta que ajuda você a formalizar a sua ideia de negócio.
O que deve estar contido em um plano de negócios?
Se você está pensando em abrir uma empresa, o plano de negócios deve conter informações sobre o empreendimento, como:
- Nome e segmento da empresa;
- Público-alvo e nicho de mercado;
- Quais produtos ou serviços serão ofertados, incluindo diferenciais apresentados e valor entregue aos clientes;
- Canais de vendas usados para levar as soluções vendidas até os clientes;
- Estratégia de precificação;
- Análise de mercado completa, incluindo matriz SWOT (panorama de forças, fraquezas, ameaças e oportunidades para o negócio);
- Levantamento de concorrentes diretos e indiretos;
- Definição de estratégia para posicionamento no mercado;
- Capital social necessário para dar início às atividades, assim como capital de giro que será preciso para manter a empresa inicialmente, até que comece a gerar lucro;
- Capital humano necessário, assim como perfil esperado para colaboradores;
- Escolha de regime tributário e planejamento financeiro para os primeiros meses, com projeções de fluxo de caixa;
- Plano de divulgação para lançar a marca no mercado.
7. Levante o capital necessário para dar início ao negócio
A abertura de uma empresa demanda um investimento inicial, além de capital de giro para manter o negócio funcionando até que comece a gerar lucro.
Para tanto, algumas opções são: investir capital próprio, contar com a participação de sócios, buscar aportes financeiros (investidores/aceleradoras) ou buscar linhas de crédito para empreendedores.
8. Formalize o seu negócio
Finalmente, é hora de abrir a sua empresa e formalizar o negócio. Nesta etapa, é importante contratar um contador para apoiar você durante o todo o processo.
Entre as principais etapas envolvidas na formalização da sua empresa, estão:
- Criação de um contrato social;
- Registro na Junta Comercial;
- Obtenção de alvará de localização e funcionamento;
- Realização da Inscrição Estadual, caso se aplique;
- Obtenção de licenças ambientais, sanitárias e de segurança.
Quais são os tipos de empresas?
O Mapa das Empresas, documento divulgado pelo Ministério da Economia, revelou que mais de quatro milhões de novas empresas foram abertas no Brasil em 2021, um aumento de quase 20% em relação a 2020. Trata-se do maior número desde 2011.
Dos negócios abertos, uma média de oito em cada dez são de microempreendedores individuais, os MEIs.
Definir a natureza jurídica da sua empresa é fundamental para garantir que o negócio esteja em conformidade com a lei.
Um comerciante com faturamento bruto anual de até R$81 mil, por exemplo, pode abrir a sua empresa como MEI, enquadrando-se no Simples Nacional.
Contudo, caso a renda bruta do negócio ultrapasse este valor ou a atividade da empresa não seja permitida como MEI, o empreendedor pode optar por outra opção que atenda melhor às características do negócio que pretende abrir. Confira, a seguir, os tipos de empresas que você pode abrir no Brasil!
- Microempreendedor Individual (MEI);
- Empresário Individual (EI);
- Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI);
- Sociedade Limitada Unipessoal (SLU);
- Sociedade Limitada (Ltda.);
- Sociedade Simples (SS);
- Sociedade Anônima (S/A).
1. Microempreendedor Individual (MEI)
O MEI é ideal para aqueles que trabalham por conta própria e precisam de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para emissão de notas fiscais.
Fácil de abrir e sem burocracias, este tipo de empresa possui uma tabela de atividades permitidas e possui vantagens relacionadas principalmente ao pagamento de tributos, que é realizado a partir de uma guia única e com valores menores do que as demais opções.
2. Empresário Individual (EI)
A modalidade Empresário Individual (EI) é uma possibilidade para quem pretende gerenciar um negócio sozinho. Ou seja, é recomendada para aqueles que desejam empreender sem sócios.
O nome do negócio deve ser o mesmo do seu dono, com exceção do nome fantasia.
Um ponto importante, neste caso, é que um EI não pode separar os bens pessoais dos da empresa. Sendo assim, em caso de dívidas empresariais, os seus patrimônios podem ser tomados.
3. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) é uma categoria de empresa extinta. Deste modo, todos os negócios registrados neste formato estão transformados em Sociedade Limitada Unipessoal (SLU).
Antes de sua extinção, as EIRELIs eram empresas constituídas por um tipo de sociedade gerenciada por um único sócio, que é o proprietário. O que as tornava diferentes das EIs era a possibilidade de separação entre o patrimônio pessoal e o patrimônio da empresa.
No entanto, para abrir uma EIRELI antigamente, era necessário investir um capital social relativamente alto, equivalente a, pelo menos, 100 salários mínimos vigentes.
4. Sociedade Limitada Unipessoal (SLU)
A Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) não exige um valor mínimo de capital social.
Outra vantagem neste tipo de negócio é a possibilidade de separar o patrimônio da empresa do patrimônio do empreendedor. Assim, em caso de problema financeiro grave, os bens do empresário não podem ser usados para o pagamento das dívidas.
Além disso, um empresário pode também abrir mais de um negócio neste formato, que possibilita ainda a adesão ao Simples Nacional e não obriga a presença de sócios.
5. Sociedade Limitada (Ltda.)
Também conhecida como Sociedade Empresária Limitada, esta categoria é voltada a empresas com dois ou mais sócios. Contudo, a responsabilidade financeira do negócio é limitada ao capital social do empreendimento.
Aqui também as finanças pessoais dos proprietários são separadas das finanças da empresa.
Cada sócio determina as próprias funções de gestão no contrato social, documento que oficializa a criação da sociedade. A partir deste documento, pode-se, inclusive, incluir ou excluir sócios.
Outro ponto relevante neste modelo é que não há exigência de capital mínimo para a abertura da empresa.
6. Sociedade Simples (SS)
Trata-se de um tipo de empresa gerenciada por dois ou mais sócios, geralmente voltada para profissionais de áreas específicas, como: médicos, advogados, engenheiros, arquitetos e publicitários.
Existem duas modalidades de Sociedade Simples: a Sociedade Simples Limitada e a Sociedade Simples Pura.
- Sociedade Simples Pura: não há separação dos bens pessoas dos sócios com o patrimônio da empresa;
- Sociedade Simples Limitada: existe essa separação. Desse modo, o patrimônio pessoal dos sócios não pode ser tomado em caso de problemas financeiros da empresa.
7. Sociedade Anônima (S/A)
Em vez de cotas, os sócios dividem o capital em ações neste tipo de sociedade. Por isso, são chamados de acionistas.
Sendo assim, os acionistas têm a possibilidade de comprar e vender ações.
Existem duas modalidades na Sociedade Anônima: capital aberto (ações são vendidas na bolsa de valores) e capital fechado (ações são vendidas para sócios já envolvidos no negócio ou “convidados”).
Conheça 4 fortes tendências no empreendedorismo para 2022!
Quem está começando a sua jornada no empreendedorismo deve ficar atento aos negócios em alta e que têm uma projeção positiva para o futuro.
Em um guia para 2022, o Sebrae indica a necessidade de ter atenção às tendências que começaram a se consolidar nos últimos anos. Mostrou ainda alguns fatores a que todo empreendedor deve estar atento no próximo ano, a fim de ter resultados satisfatórios.
Confira a seguir!
- E-commerce;
- Home office;
- Dropshipping;
- Criação de conteúdo.
1. E-commerce
Quem está adentrando no universo do empreendedorismo certamente já percebeu que a pandemia mudou bastante a maneira de as pessoas consumirem produtos e serviços. Com a necessidade de isolamento social, o comércio virtual — ou e-commerce — ganhou bastante força.
De acordo com o Sebrae, mesmo com a volta das atividades normais, a expectativa é de que o mercado digital não sofra um retrocesso, mas que siga se desenvolvendo no futuro.
Este tipo de negócio reduz custos com aluguel de espaço e manutenção de mão de obra. Contudo, a concorrência é alta.
Por isso, é importante não só oferecer produtos de alta qualidade, mas também criar uma estratégia de marketing consistente a fim de consolidar o negócio no mercado.
2. Home office
O cenário de pandemia dos últimos anos também ampliou a adoção do modelo de trabalho home office. Para as pessoas que estão pensando em abrir uma empresa, existe a possibilidade de fazer a gestão do negócio a partir deste sistema de trabalho.
Todas as atividades da empresa podem ser realizadas remotamente, graças à tecnologia. Sistemas e plataformas dão conta de aspectos como controle de estoque, caixa, vendas, faturamento etc. Treinamentos e reuniões também podem ser feitos a distância.
3. Dropshipping
Neste modelo, que vem ganhando cada vez mais visibilidade, o empreendedor atua de forma intermediária, sem a necessidade de ter o produto ou serviço em si.
Ele se torna um revendedor, o que significa que o seu trabalho consiste em vender algo de um vendedor inicial para os clientes.
4. Criação de conteúdo
O marketing digital é outro campo que se destacou bastante com o cenário de pandemia, diante do aumento nas vendas online.
Deste modo, a criação de conteúdos se tornou uma estratégia-chave para as empresas.
Cresce a demanda por profissionais aptos a produzir textos para blog, sites e redes sociais.
14 Nichos em alta para investir em 2022
O Sebrae apontou ainda alguns nichos propícios para se investir em 2022. Confira:
- Importação de produtos;
- Infoprodutos;
- Marketing de afiliados;
- Setor alimentício;
- Telemedicina;
- Artesanato;
- Consultoria de marketing digital;
- Especialista em Facebook Ads e Google Ads;
- Franquias;
- Educação;
- Alimentação em casa;
- Farmácias;
- Clube de assinaturas;
- Estética.
1. Importação de produtos:
Diversos produtos que consumimos no dia a dia (de eletrônicos a roupas, brinquedos e utensílios de modo geral) vêm de fora do Brasil, de países como a China.
Sendo assim, o setor de importação de produtos pode ser uma oportunidade interessante para quem está iniciando a sua jornada no empreendedorismo. Os itens podem ser comercializados em lojas físicas ou virtuais, até mesmo em ambas ao mesmo tempo.
Também é possível que o empreendedor atue apenas como um distribuidor, conectando fornecedores no exterior a comerciantes no Brasil.
2. Infoprodutos
Outra aposta com bastante potencial de sucesso são os infoprodutos, ou seja, a criação de produtos digitais. Entre eles, podem estar cursos online, e-Books e audiobooks, apostilas, videoaulas, aplicativos e músicas. Neste caso, o empreendedor pode criar o seu próprio conteúdo ou contratar alguém para produzir e comercializar. O mais recomendado é que o infoproduto tenha um potencial de vendas sem limitação.
3. Marketing de afiliados
Esta é uma opção para quem deseja trabalhar com infoprodutos. Trata-se de divulgar este tipo de produto em plataformas online, recebendo uma comissão por cada venda concluída.
4. Setor alimentício
Aqui estamos falando de um setor que está sempre em alta, pois supre uma necessidade fundamental de todas as pessoas: a de se alimentar. O custo para iniciar um negócio ligado à alimentação não é alto, dado que é possível começar aos poucos, vendendo para o círculo mais próximo.
Doces, salgados, refeições, bebidas e produtos para nichos específicos, como o público vegetariano ou vegano, podem ser explorados.
5. Telemedicina
O uso da telemedicina foi bastante significativo durante os anos de pandemia e continua em alta.
Diante disso, surge a oportunidade para abrir empresas que realizam a locação de espaços, equipamentos e plataformas digitais para a realização da prática, dado que muitos consultórios médicos ainda não possuem a infraestrutura necessária para a realização deste atendimento remoto.
6. Artesanato
Os itens artesanais têm sido mais buscados diante de uma mudança comportamental observada nas pessoas, que procuram por produtos menos industrializados e, consequentemente, com menor impacto ambiental.
Artigos de decoração, roupas, acessórios e mesmo alimentos são potenciais produtos que podem ser enquadrados neste nicho.
7. Consultoria de marketing digital
Você já viu que o marketing digital está em alta. Sendo assim, marcas e empresas buscam profissionais especializados neste campo, o que abre oportunidades de negócios para quem domina o assunto.
8. Especialista em Facebook Ads e Google Ads:
Essas especialidades estão dentro do marketing digital. Já está mais do que claro que as tendências estão apontando para o universo digital.
Por isso, mais do que produzir bons conteúdos, é necessário explorar essas plataformas de forma inteligente para destacar o seu negócio a partir de anúncios online direcionados ao seu público-alvo.
Os especialistas nessas áreas, por sua vez, podem aproveitar a maior demanda por sua expertise para criar as suas próprias empresas de marketing.
9. Franquias
Segundo o Sebrae, o setor de franquias segue como uma aposta interessante para quem tem dinheiro para investir em um negócio mais consolidado no mercado.
Após uma forte queda em 2020, o setor voltou a reagir de forma positiva, com expectativa de seguir nessa curva de crescimento em 2022. Vale ficar atento aos nichos que estão mais em alta.
10. Educação
O ensino a distância foi amplamente adotado durante a pandemia, com a necessidade de isolamento social. Diante disso, houve queda no desempenho dos estudantes, já que o novo modelo demanda um tempo de adaptação.
Neste cenário, muitos pais buscaram alternativas para reforçar os estudos dos filhos e não comprometer o seu aprendizado. Assim, destacou-se o serviço de aulas particulares a crianças e adolescentes.
Para quem possui experiência, a vantagem de investir em um negócio para suprir esta demanda de mercado está em seu baixo custo, somado a um bom retorno no curto prazo.
11. Alimentação em casa
O investimento em franquias de marcas de alimentos entregues em domicílio é outra boa aposta, já que o delivery está em alta. O investimento inicial começa na faixa dos R$70 mil, segundo o Sebrae. O retorno geralmente acontece dentro de um ano.
12. Farmácias
O setor farmacêutico foi um dos que mais faturou nos últimos anos. Contudo, trata-se de um investimento mais alto para quem está iniciando a sua jornada no empreendedorismo. Os valores iniciais ficam em torno de R$200 mil, com um retorno médio de dois anos.
13. Clube de assinaturas
O setor de clube de assinaturas já é responsável pela movimentação de mais de R$1 bilhão por ano no Brasil, de acordo com o Sebrae. Entre os motivos, está a possibilidade de estruturar diferentes tipos de negócios neste modelo.
Ele consiste na oferta de produtos ou serviços aos seus membros, que pagam mensalidades a fim de usufruir dos benefícios. O setor tem atraído os investidores e está em alta, sendo indicado para quem busca receita recorrente de forma simples e rápida.
14. Estética
O Brasil está entre os três maiores países do mundo que consomem produtos e serviços de beleza e bem-estar. Ou seja, o setor segue em alta e traz diversas possibilidades de atuação, como: cabeleireiro, manicure/pedicure, estética corporal, massagem, SPA, limpeza e cuidados com a pele, depilação, entre outras.
O profissional especializado pode tanto ter espaço físico quanto atender em domicílio. Além disso, este mercado não se limita a mulheres enquanto público-alvo. Homens buscam cada vez mais serviços de cabelo, barba e pele.
Crescem também os salões de beleza para crianças. Esses nichos, inclusive, possuem uma concorrência menor do que o do público feminino e podem ser bastante explorados.
Principais vantagens de empreender
Para fechar o nosso guia para quem está começando a trilhar o seu caminho no empreendedorismo, apresentamos as principais vantagens em empreender. Confira:
Ter autonomia e horários flexíveis
O empreendedor pode decidir o que é melhor para o seu negócio. Também tem a possibilidade de trabalhar com aquilo que gosta, ganhando em qualidade de vida.
Além disso, pode definir os próprios horários de trabalho, o que abre espaço para outras atividades, como estudos, hobbies e viagens.
Vale destacar, contudo, que ter o próprio negócio não implica em trabalhar menos, mas em ter liberdade para administrar o seu tempo da maneira que julgar mais inteligente e conveniente.
Trabalhar com o que gosta
Os empreendedores também têm a possibilidade de trabalhar com algo que desperte seu interesse. Se sua paixão é gerar impacto social ou ambiental positivo, por exemplo, podem ir pelo caminho do empreendedorismo social.
Isso significa que, em vez de trabalhar para atender às expectativas de outras pessoas, pode-se concentrar esforços nos próprios sonhos. Ou seja, trabalhar com propósito de vida.
Deixar um legado
Construir algo do zero é um motivante para muitas pessoas que escolhem o caminho do empreendedorismo.
Sair da zona de conforto e arriscar no desenvolvimento de soluções ou serviços inovadores envolve muito empenho e alguns tropeços pelo caminho.
No entanto, a satisfação pessoal ao gerar benefícios para outras pessoas e ainda conseguir tirar o próprio sustento e o de outras pessoas a partir disso pode ser bastante compensadora.
Gostou do nosso guia completo sobre o empreendedorismo? Esperamos que seja o pontapé para você dar início ao seu caminho como empreendedor! Que tal conferir também nosso conteúdo sobre o profisisonal do futuro?