Confira um bate-papo com Jay Barney, Manoel Amorim e Carlos Júlio, autores de “O segredo da mudança de cultura”

Confira os principais pontos da entrevista com os autores de "O segredo da mudança de cultura", Jay Barney, Manoel Amorim e Carlos Júlio!
O segredo da mudança de cultura: homem em trajes sociais participando de conversa

Publicado pela Benvirá, o livro “O segredo da mudança de cultura” oferece um guia para todos os líderes que desejam transformar a cultura de suas empresas. A obra foi escrita por três especialistas neste tema: Jay Barney, Manoel Amorim e Carlos Júlio. 

Jay Barney está entre os estudiosos de gestão estratégica mais citados no mundo. Seu trabalho de consultoria se concentra na implementação de estratégias por meio da mudança cultural. 

Manoel Amorim foi CEO de quatro grandes empresas e diretor de conselhos em seis países. Seu trabalho de transformação cultural mais visível foi celebrado em um caso da Faculdade de Administração de Harvard, e inspirou a ideia em que se baseia este livro.

Já Carlos Júlio é professor honorário do IBMEC, FGV e FIA-USP. Ele também é fundador e ex-CEO da HSM – a maior empresa de treinamento em gestão da América Latina.

Os três autores participaram de um bate-papo no Insper, em São Paulo. Neste artigo, separamos os principais pontos desta conversa. No final, também damos mais detalhes sobre o livro. Boa leitura!

Desde a pandemia, muitas empresas se adaptaram ao modelo de home office. Como podemos mudar a cultura das companhias que adotaram este modelo?

Jay Barney: A cultura é, na verdade, mais importante nestas organizações. Os líderes nestas organizações, por não ter interações com as pessoas cara a cara, devem se apoiar na cultura para fornecer orientações, até por não observarem as pessoas diretamente. Por essas razões, as empresas trabalham muito duro na criação, manutenção e ajustes da sua cultura. 

Nos Estados Unidos, eu fui convidado para uma reunião recentemente, com um autor, que era consultor sênior na BCG (Boston Consulting Group). Era com ele, alguns outros acadêmicos e um monte de clientes sênior, foi uma reunião excelente. 

Então, eu perguntei para eles: “qual é o seu maior desafio?”. E a linguagem das respostas foi: “nossa cultura está em farrapos”, “nossa cultura foi destruída pela pandemia”; “nós não fizemos um trabalho bom o suficiente construindo e mantendo nossa cultura durante o período de tempo em que não nos vimos”.

Então, o desafio da mudança de cultura que muitas companhias enfrentam depois da covid-19 é construir uma cultura do zero. E como você faz isso? Você constrói histórias. 

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Como podemos tornar a mudança de cultura possível em um mundo cada vez mais polarizado?

Jay Barney: Os valores de que nós estamos falando, são os valores que ajudam a implementar uma estratégia. Tem um monte de valores políticos e valores pessoais. As empresas com as quais nós conversamos não só permitem, como também celebram essas diferenças, porque estes valores não são relevantes para conseguir ou não implementar uma determinada estratégia. 

Quando você implementa, com sucesso, a mudança de cultura, a polarização vai embora. Estas outras diferenças ainda existem, mas elas não são importantes, porque você envolveu as pessoas nesta proposta nobre. As pessoas que discordam sobre política, qual time de futebol é melhor e todos os tipos de polarização… isso não importa tanto quanto o trabalho em conjunto.

Manoel Amorim: Tudo que o Jay disse pode ser um jeito de amalgamar a organização ao redor de valores importantes. Eu também diria que, hoje, provavelmente o valor em comum que as organizações devem ter é o respeito às opiniões diferentes.

Você pode construir um monte de histórias ao redor deste princípio. Então, se estamos em um mundo polarizado e sabemos que as pessoas que trabalham em nossa organização têm diferentes opiniões políticas e em como abordam a questão de gênero, etc., você pode, e deveria, garantir que haja respeito às diferenças. E o CEO pode demonstrar isso no dia a dia. 

Se eu estivesse administrando negócios hoje, a garantia de respeito às diferenças seria uma das principais preocupações.

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Quais lições vocês têm, das suas práticas, em como enfrentar a “fadiga de mudança” nas empresas?

Manoel Amorim: Em primeiro lugar, eu nunca experienciei a fadiga de mudança. Eu já experienciei mudanças drásticas que precisaram acontecer rápido, o que não é exatamente a mesma coisa, mas têm alguns desafios parecidos. 

Eu acho que uma das coisas que você precisa construir na sua organização é, primeiramente, a consciência de que, por conta do momento em que vivemos, as mudanças provavelmente acontecerão com frequência. Assim, todo mundo estará preparado. 

Eu também acho que é importante, hoje, por conta dessas mudanças, construir, como parte da sua cultura, a predisposição à flexibilidade, à adaptação e também a moldar você mesmo, e a organização em geral, a novos desafios. 

Se isso é esperado, compreendido pelas pessoas e também recompensado, as pessoas vão lidar melhor com a necessidade de mudar com frequência. 

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De que modo podemos utilizar as tecnologias digitais como impulsionadoras da mudança de cultura?

Jay Barney: De fato, nós acreditamos que as mídias sociais facilitam a criação da cascata de histórias. Antes, as pessoas tinham que ligar por telefone, por exemplo. Com as redes sociais, é tudo muito rápido. Esta é a boa notícia.

A má notícia é que, se você se comporta de maneiras que são inconsistentes com a cultura que você está tentando construir, isso também se espalha muito rápido. 

No livro, nós temos uma história de um rapaz que é muito bom, ele é um empreendedor em Singapura e tem 5 ou 6 empresas. Então, ele está trabalhando por muitas horas, está cansado, está tentando ir para casa. 

E assim que ele está a caminho da porta para ir para casa, um dos subordinados dele entrega um papel e diz: “Escuta, eu venho trabalhando nisso por alguns dias, o que você acha?”. Ele olha para o papel e fala: “Isso é besteira”, e joga o papel de volta para o funcionário. 

Essa resposta é completamente inconsistente com a cultura que ele está tentando construir. Então, ele vai para casa e pensa: “Isso foi errado, eu cometi um erro”. O mesmo funcionário liga para ele, enquanto ele está em casa, depois do jantar, tarde da noite. 

O funcionário diz: “Eu não me senti bem com a interação que nós tivemos… e eu acho que você deveria se desculpar”. E o CEO diz: “Você está certo”. 

Ele usou o erro dele para construir uma história: “Você está certo, eu nunca deveria ter dito isso, eu vou olhar de novo amanhã. Eu estava cansado, o que não é uma desculpa, só uma explicação, eu peço desculpas por isso. E você pode me fazer um favor? Você pode contar a todos na empresa sobre essa história?”.

Agora essas interações são todas on-line, o que é uma grande oportunidade, mas, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade também. 

Conheça a obra “O segredo da mudança de cultura”

A leitura do livro “O segredo da mudança de cultura” é essencial para todos aqueles que desejam transformar sua empresa, mudando sua mentalidade e valores.

Jay Barney, Manoel Amorim e Carlos Júlio explicam que a mudança de cultura não é fácil, mas é possível. Ela passa pela substituição de histórias ultrapassadas, por novas histórias que representem uma nova cultura.

Ao longo de toda a obra, estes especialistas explicam os atributos essenciais para transformar uma organização.

Confira o livro no link abaixo:

Esperamos que você tenha gostado deste artigo sobre a obra “O segredo da mudança de cultura”. Continue no nosso blog, e veja este post com 6 dicas para uma jornada do empreendedor de sucesso!

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