Conheça 9 tipos de terapia, quais os seus benefícios e mais!

Neste artigo, trataremos sobre o que é terapia, quais os seus benefícios e como procurar este tipo de suporte. Continue a leitura e confira
terapia: psicóloga sorrindo em sala de terapia

A discussão em torno do tema saúde mental instaurou-se nos meios de comunicação — dos periódicos mais tradicionais às mídias sociais — nos últimos anos, sobretudo após a eclosão da pandemia de covid-19. Diante disso, fala-se cada vez mais sobre a importância do processo de terapia.

Aliás, o número de pessoas que têm buscado este tipo de apoio cresceu consideravelmente. Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), colhidos após o início da pandemia, mostraram que médicos psiquiatras perceberam um aumento de 47,9% em seus atendimentos.

É preciso destacar também um dado já amplamente divulgado pelos veículos de comunicação, mas que não deixa de surpreender. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior prevalência de depressão na América Latina. Assim como o segundo país com maior índice de depressão do continente.

A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sejam acometidas por este transtorno.

Trata-se de um estado associado a sentimentos de incapacidade, irritabilidade, pessimismo, isolamento, baixa autoestima, tristeza e, até mesmo, déficit cognitivo.

O fato é que o processo de terapia — que, assim como qualquer outro tipo de tratamento, deve seguir recomendações médicas —  é bastante empregado para ajudar os pacientes a atravessarem transtornos ligados à saúde mental.

Neste artigo, trataremos sobre o que é terapia, quais os seus benefícios e como procurar este tipo de suporte. Continue a leitura e confira!

O que é terapia e para que serve?

A terapia consiste no tratamento de questões emocionais, comportamentais ou psicológicas. Ou seja, trata-se de um processo para se trabalhar questões como ansiedade, depressão, estresse, luto e uma série de outros transtornos que podem acometer as pessoas em determinados momentos da vida.

O objetivo do processo terapêutico é mitigar sofrimentos e ajudar os pacientes a lidarem de forma menos dolorosa, e mais saudável, com os eventos que os engatilham. Sendo assim, existem diferentes abordagens voltadas ao alívio das dores emocionais, de acordo com as necessidades apresentadas pelos pacientes.

Inclusive, é bastante comum que uma pessoa não responda bem a uma vertente, mas tenha resultados promissores com outras. Até porque essas diferentes abordagens refletem, inclusive, a complexidade do comportamento humano. 

Além do foco em tratar transtornos relacionados à saúde mental, a terapia também é buscada por pessoas que não estão passando por situações de conflito, mas desejam trabalhar o autoconhecimento e descobrir mais sobre as suas potencialidades. Ou seja, serve também à procura por propósito.

Há ainda pacientes que são orientados por profissionais de saúde a fazerem terapia como apoio ao tratamento de doenças psicossomáticas. Isto é, condições provocadas por alterações emocionais e que causam sintomas físicos. Gastrite, enxaqueca, alergias e infertilidade podem ser alguns exemplos neste caso.

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Quais são os tipos de terapia? 

As terapias não são fórmulas prontas. Cada personalidade pode se adaptar melhor a um ou outro tipo de tratamento. É justamente por isso que os psicólogos podem se especializar em diferentes abordagens. 

Conheça as principais a seguir!

  1. Psicanálise;
  2. Jungiana;
  3. Lacaniana;
  4. Cognitivo-comportamental;
  5. Psicodrama;
  6. Terapia familiar ou de casal;
  7. EMDR;
  8. Gestalt-terapia;
  9. Cognitivo-construtivista.

1. Psicanálise

Criada pelo neurologista e psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939), a psicanálise é indicada para pessoas com problemas crônicos de personalidade ou, ainda, para aqueles que buscam por um processo profundo de autoconhecimento.

Nas sessões, o terapeuta propõe ao paciente conexões entre o que é dito e as questões que levaram a pessoa ao consultório. A ideia é que o paciente — que tem liberdade para falar o que quiser — tenha os seus próprios insights. Ou seja, reconheça as suas questões mais problemáticas e como agir diante delas.

2. Jungiana

Carl Gustav Jung (1875 – 1961) foi um psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundador da psicologia analítica. Esta abordagem prega que o sonho é uma ponte que liga o consciente ao inconsciente. Diante disso, é a partir dos sonhos que o analista ajuda o paciente a encontrar as respostas para o que o incomoda. 

Ademais, o analisado não pode falar livremente, mas deve manter a conversa sempre em torno das questões que o levaram a procurar por respostas. Além dos sonhos, podem ser utilizados desenhos e caixa de areia, com miniaturas, para a criação de cenários.

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3. Lacaniana

Jacques-Marie Émile Lacan (1901 – 1981) foi um psicanalista francês que idealizou a Psicologia Clássica. Esta abordagem consiste em sessões de longa duração, sem pauta prévia. 

O terapeuta busca, durante o diálogo com o paciente, por piadas, atos falhos, assim como pela interpretação dos sonhos, para acessar o inconsciente, que guardaria a compreensão dos problemas.

A terapia lacaniana não é indicada para pessoas que buscam apoio em situações de urgência. Dado que, ela costuma acessar as camadas mais profundas do indivíduo em busca do autoconhecimento e pode durar anos.

4. Cognitivo-comportamental

Trata-se de uma abordagem que avalia o comportamento, em vez de o inconsciente. A ideia é modificar a crença distorcida das coisas a partir de treino e pensamentos funcionais. Ou seja, reforços positivos.

Para tanto, o analista avalia o problema e atua sobre os pensamentos disfuncionais. Deste modo, o paciente aprende a reagir aos estímulos que recebe do meio à sua volta. Este tipo de terapia funciona bem para pessoas que têm ansiedade, pânico, fobia social, depressão, dependência química e problemas de aprendizagem.

5. Psicodrama

A partir da encenação, o paciente é levado a refletir sobre a sua história e trabalhar os seus problemas e angústias sob um novo ponto de vista. As emoções devem ser externadas, para que sejam facilmente identificadas.

6. Terapia familiar ou de casal

Neste caso, trata-se de uma abordagem que analisa o paciente a partir de um sistema, como o meio em que vive, a família ou as relações que cultiva. Pode ser feita individualmente, em casal ou em família. 

É indicada quando há risco de ruptura familiar, doenças físicas ou mentais graves em algum membro da família ou, ainda, dificuldades sexuais ou de comunicação entre casais.

7. EMDR

A Terapia corresponde a Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos (EMDR, na sigla em inglês). Este tipo de abordagem faz o paciente simular o movimento dos olhos durante o sono REM (Rapid Eyes Movement, em inglês).

O objetivo é que o cérebro consiga reconstruir o caminho das memórias ruins de eventos traumáticos, de modo que possa processá-los e superá-los.

Tal abordagem é indicada para vítimas de acidentes, violência sexual e outros tipos de traumas. Também pode beneficiar pessoas com problemas crônicos, fobias e depressão.

8. Gestalt-terapia

Neste caso, os pacientes são analisados em relação ao meio em que vivem (incluindo a sua relação com amigos, família e trabalho). O terapeuta, enquanto ouve o paciente, atenta-se a aspectos como postura, tom de voz e expressões faciais. 

Trata-se de uma terapia focada no presente. A gestalt-terapia acredita que a sensação de tédio e estagnação, por exemplo, é reflexo de uma relação pouco saudável com o ambiente ao nosso redor.

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9. Cognitivo-construtivista

Além de avaliar o que pensa e faz o paciente, a terapia cognitivo-construtivista analisa o papel do sistema nervoso central em problemas que são aparentemente apenas de cunho psicológico.

É indicada para pessoas que apresentam lesões e outros danos cerebrais, como processos degenerativos. Também pode ser útil para vestibulandos e concurseiros, que desejem dar uma “otimizada” no cérebro e na memória.

6 benefícios de fazer terapia

O agitado estilo de vida que levamos faz com que adotemos hábitos pouco saudáveis em nossa rotina, além de favorecer o surgimento de quadros como ansiedade e depressão. Neste sentido, a terapia pode ser uma grande aliada para o combate a estas doenças e ao apoio de uma melhor administração dos sentimentos.

Contudo, ela não é útil apenas para pessoas que convivem com algum tipo de aflição. Também pode ajudar aqueles que buscam pelo autoconhecimento ou que desejam desenvolver novas habilidades e aptidões.

Confira, a seguir, os principais benefícios do processo de terapia!

  1. Promove o autoconhecimento;
  2. Ajuda a aliviar tensões advindas de conflitos;
  3. Melhora os relacionamentos;
  4. Combate problemas como ansiedade e depressão;
  5. Ajuda a administrar melhor os sentimentos;
  6. Apoia no desenvolvimento de habilidades e aptidões.

1. Promove o autoconhecimento 

Em nosso processo de crescimento, ouvimos uma série de elogios e críticas sobre a nossa personalidade e quem somos. 

Deste modo, não raro, internalizamos e incorporamos a visão dos outros sobre nós mesmos, de forma a acreditarmos que somos a pessoa que nossos amigos, familiares e, até mesmo, colegas de trabalho enxergam.

É aí que entra a importância da busca pelo autoconhecimento, que nos ajuda a encontrar a nossa essência, a partir de diversos questionamentos e reflexões.

Quanto mais conhecermos as nossas qualidades, defeitos, opiniões e desejos, mais leve e tranquila a nossa vida será. Assim, conseguimos tomar decisões mais conscientes e trabalhar para mudar aspectos negativos que nos incomodam. 

O autoconhecimento, que pode ser trabalhado a partir da terapia, ajuda as pessoas a tratarem a si mesmas com mais amor e compreensão. Ao encontrar respostas para determinadas questões, às vezes, nos damos conta de que problemas que antes pareciam de grande importância se tornam menos intensos.

2. Ajuda a aliviar tensões advindas de conflitos

Uma série de situações pode desencadear picos de ansiedade e levar também à depressão, como demissão, divvórcio, crises financeiras, trabalho em excesso, entre outras. A terapia ajuda o indivíduo a lidar melhor com as emoções negativas que são frutos de tais cenários, de modo a encontrar novamente a esperança.

O analista é capaz de apoiar o paciente na busca de um caminho que o impeça de desistir diante de situações de dificuldade e sofrimento. Ou seja, ser resiliente. Muitas vezes, não sabemos o quão forte somos, e a terapia pode ajudar na descoberta desta força e na valorização de nós mesmos.

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3. Melhora os relacionamentos

As relações humanas são bastante complexas e fonte de ansiedade para muitas pessoas. Seja em casa, no convívio familiar ou no trabalho, nos deparamos com relações conflituosas e que nos deixam angustiados.

Desde a primeira infância, estamos nos relacionando com outras pessoas, a partir de interações que podem ser muito difíceis. 

Contudo, a boa notícia é que o acompanhamento terapêutico ajuda a desenvolver habilidades sociais capazes de melhorar a qualidade de nossos relacionamentos interpessoais. Assim, é possível aprender táticas para não se deixar afetar negativamente pelo comportamento de outras pessoas. 

4. Combate problemas como ansiedade e depressão

A tecnologia, a alta carga de trabalho, o sedentarismo e outros fatores típicos da vida contemporânea favorecem o surgimento de males como a ansiedade e a depressão. No entanto, a terapia é capaz de trabalhar as causas emocionais que desencadeiam estes transtornos. 

Ao longo das sessões, o paciente é incentivado a refletir sobre as raízes de suas angústias e tensões, exercitando a busca pelo autoconhecimento, de que falamos anteriormente.

Há tratamentos que combinam psicoterapia e psiquiatria, de acordo com a necessidade de cada paciente. Por isso, independentemente do problema de saúde que se deseja tratar, é fundamental buscar a orientação médica adequada para um acompanhamento e tratamento que sejam, de fato, eficazes.

5. Ajuda a administrar melhor os sentimentos

Não saber como administrar os sentimentos é um dos grandes motivadores de desequilíbrios relacionados à saúde mental. O ser humano é instável e, em um curto espaço de tempo, pode apresentar mudanças de humor ou emoções desproporcionais a uma determinada situação ou ambiente.

Acumular tudo isso não é saudável. Precisamos identificar sentimentos e impulsos indesejados para melhor administrá-los. Neste sentido, a terapia, a partir da atuação de um profissional bem preparado, pode ajudar a mapear o que sentimos e como lidar com esta profusão de ímpetos e sensações.

6. Auxilia no desenvolvimento de habilidades e aptidões

Sessões de terapia podem nos ajudar a nos livrar de determinadas amarras capazes de frear o nosso desenvolvimento pessoal.

Por exemplo, pessoas extremamente tímidas podem encontrar formas de serem mais desenvoltas, enquanto as mais expansivas podem conseguir ser um pouco mais comedidas em determinados momentos. 

A terapia ajuda a aprimorar ou desenvolver aptidões diversas, sejam de cunho emocional ou intelectual. A partir dela, é possível exercitar habilidades como: capacidade de ouvir, responsabilidade, flexibilidade, colaboração, comunicação eficaz, criatividade, organização e liderança. 

Muitas vezes, o que está nos impedindo de desenvolvê-las é uma questão não resolvida, cujo efeito sobre nós mesmos não havia sido identificado ainda.

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