Hoje em dia, é muito comum que as pessoas se refiram às gerações umas das outras. Ao ouvir termos como millennials e geração Alpha, certos pressupostos vêm à nossa cabeça. Já imaginamos uma faixa etária, e esperamos certos traços de personalidade, não é?
Cada geração agrupa indivíduos que nasceram em um determinado intervalo de tempo. Dessa forma, eles compartilham vivências culturais semelhantes, pois estão inseridos em um mesmo contexto histórico.
Por consequência, é comum que tenham ideias, comportamentos e atitudes parecidas. Eles possuem uma mesma perspectiva sobre as situações e também modos de comunicação particulares.
Neste artigo, você vai entender mais a fundo cada uma das cinco gerações atuais. Explicaremos como é feita esta categorização e quais são as características esperadas. Também passaremos pelos problemas envolvidos nesta classificação, e como ela pode ser prejudicial. Vamos lá?
Como definir gerações?
De modo geral, uma geração é um grupo de pessoas nascidas em um mesmo período. Assim, elas são influenciadas por um contexto histórico específico, e também vivenciam os mesmos eventos culturais.
Tudo isso contribui para que os indivíduos de uma mesma geração tenham comportamentos e ideias parecidos. É esperado que eles compartilhem de uma certa visão de mundo e também de modos específicos de se comunicar e se relacionar.
Dessa forma, ao se referir a uma geração, as pessoas podem pressupor certas atitudes e comportamentos. Em suma, a geração é um conceito sociológico.
Categorizar a sociedade em gerações, portanto, é útil para compreender os impactos que os fenômenos culturais produzem nos indivíduos. Também para entender as questões de um grupo em particular.
Quais são as 5 gerações atuais?
Você provavelmente já ouviu termos como millennials ou geração Z, certo? Mas, afinal, como podemos classificar uma pessoa em uma geração específica? Esta categorização é feita a partir do ano de nascimento. As 5 gerações atuais são:
- Baby Boomers: nascidos entre 1946 e 1964;
- Geração X: nascidos entre 1965 e 1980;
- Millennials ou Geração Y: nascidos entre 1981 e 1996;
- Geração Z: nascidos entre 1997 e 2010;
- Geração Alpha: nascidos a partir de 2010.
Quais são as características das gerações?
Agora que você conhece cada uma das gerações, pode se perguntar quais são as características delas em termos de comportamentos e ideias. Nos próximos tópicos, separamos os atributos mais comumente relacionados a cada uma das 5 gerações. Confira:
Baby Boomers
Esta geração recebe este nome devido ao aumento (“boom”) na taxa de natalidade em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Os baby boomers viveram sua juventude nos anos 1960 e 1970, um período marcado por transformações sociais no mundo todo.
Por exemplo, tivemos os movimentos de contracultura, e, no Brasil, passamos por uma rígida Ditadura Militar. Em geral, esta geração também teve uma educação rígida na infância, marcada por uma forte disciplina.
São características desta geração a busca por melhores condições de vida, a realização pessoal por meio do trabalho, a valorização da estabilidade financeira e da família.
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Geração X
A geração X é marcada por um certo cinismo em relação às instituições sociais e políticas. Nascidos entre 1965 e 1980, no Brasil, são pessoas que cresceram em plena Ditadura Militar, e assistiam, no contexto mundial, às tensões entre Estados Unidos e União Soviética, e à Guerra do Vietnã.
Vivendo sua adolescência nos anos 1980 e 1990, sofriam forte influência de produtos culturais, veiculados pela televisão, cinema e rádio. Neste período movimentos musicais como punk, hip hop e grunge também influenciaram esta geração.
Hoje, são características desta geração a busca pelo desenvolvimento profissional. Valorizam a produtividade, o aprendizado dentro de suas carreiras e se preocupam com o desempenho profissional.
Millennials ou Geração Y
A geração Y é marcada por se desenvolver em um contexto de grande avanço das tecnologias digitais e da internet. São conhecidos como “nativos digitais”, pois sua juventude foi marcada pela familiaridade com a internet, celulares e redes sociais.
Os millennials buscam trabalhos que proporcionem significado e propósito, e valorizam fortemente o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Tendem a priorizar mais experiências, e menos bens materiais.
As ferramentas digitais são essenciais para estes indivíduos, como forma de comunicação, expressão e como meio de se informar. Também são mais engajados em temas como diversidade, justiça social, e tendem a ser mais conscientes em relação ao meio ambiente.
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Geração Z
A geração Z convive com a internet e o mundo digital desde o nascimento. Isto é, o mundo das telas, smartphones e das redes sociais sempre foi uma realidade para estes indivíduos.
Assim, são conhecidos por estarem sempre on-line, acompanhando os acontecimentos em tempo real, compartilhando suas experiências em diferentes mídias e trocando mensagens com amigos e familiares.
Em termos de características, procuram por flexibilidade e autonomia em suas carreiras e valorizam a diversidade e a inclusão. São mais adeptos às práticas de consumo consciente e tendem a ser mais preocupados com questões ambientais e sociais.
Geração Alpha
Por fim, a geração Alpha é a primeira completamente composta por pessoas nascidas no século XXI. Mais uma vez, é marcante o impacto das tecnologias digitais nesta geração.
Eles consomem conteúdos curtos e rápidos, e ficam longos períodos nos smartphones. As plataformas de streaming são uma forte fonte de entretenimento, de modo que há um declínio da influência da televisão.
Dessa forma, a geração Alpha é muito dinâmica, tendo como características a flexibilidade, e o protagonismo na busca por soluções dos problemas. Gostam de aprender mais com situações concretas, nas quais tenham uma participação ativa.
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Como os estereótipos das gerações podem ser prejudiciais?
Em seu livro “Perennials”, o sociólogo Mauro Guillén afirma que a divisão por gerações, como millennials e baby boomers, é usada para nos encaixar em categorias e estágios de vida predeterminados, restritos e carregados de preconceito.
Estes termos carregam consigo um pressuposto sobre a maneira como certos grupos de indivíduos fazem as coisas, o que nem sempre é real. Afinal, os estereótipos costumam rotular e limitar as possibilidades das vivências humanas.
Sabemos que a experiência humana é complexa: são diferentes fatores que afetam a personalidade de uma pessoa. Eles incluem não só os fenômenos culturais, como também as relações mais próximas, com familiares e colegas de escola.
Além disso, não somos fixos: podemos mudar com o tempo, alterando nossas características de personalidade.
Em sua obra, Guillén propõe o seguinte:
“O antigo modelo de viver a vida em uma sequência fixa, (…) que nos define como boomers, millenials etc. — divisões baseadas em pressupostos sobre a maneira como esses grupos fazem as coisas —, está passando por uma transformação.
(…) Estamos na iminência de uma sociedade pós-geracional composta de indivíduos que podemos chamar de perennials — pessoas que não se caracterizam pela década na qual nasceram, mas sim pela maneira como trabalham, aprendem e interagem com os outros” (GUILLÉN, 2024; destaques nossos).
Conheça o livro “Perennials”, de Mauro Guillén
Ficou interessado na proposta apresentada por Mauro Guillén? No livro “Perennials”, publicado pela Benvirá, o sociólogo faz uma análise completa das mudanças em curso na sociedade.
Ele argumenta que os estereótipos de geração estão ultrapassados. Hoje, uma nova força de trabalho pós-geracional, os perennials — indivíduos que não veem como fatores de competição características como idade e experiência —, torna possível liberar muitas pessoas das restrições impostas pelos estereótipos.
Assim, é possível nivelar o jogo, permitindo que todos vivam uma vida gratificante e cheia de conquistas. Guillén revela como essa transformação impactará desde jovens que estão entrando no mercado de trabalho até aqueles que já estão vivendo e trabalhando há mais tempo.
Confira a obra: Perennials, de Mauro F. Guillén.
Esperamos que você tenha gostado deste artigo sobre as diferentes gerações da atualidade. Continue no nosso blog, e veja nossa lista com os 10 melhores livros de desenvolvimento pessoal!
