Quais são os desafios para trabalhar com o que ama?

Se você sonha em trabalhar com o que ama, confira as dicas de Rafael Cortez e entenda como transformar sua paixão em profissão!
trabalhar com o que ama: pessoas trabalhando felizes

Por Rafael Cortez¹

Quem nunca sonhou em acordar todos os dias motivado e entusiasmado para ir trabalhar? Transformar a paixão em profissão é uma ideia convidativa para a maioria de nós e, muitas vezes, vista como um atalho para a felicidade. Embora seja um desejo genuíno, trabalhar com o que ama apresenta uma série de desafios. 

Pesquisas na área de psicologia positiva demonstram que a paixão pelo trabalho está associada a maior engajamento, criatividade e produtividade. Fatores como reconhecimento profissional, relações interpessoais positivas, remuneração justa e condições de trabalho adequadas também exercem um papel fundamental na construção de uma carreira satisfatória.

É importante ressaltar que a percepção de sucesso e felicidade é um construto subjetivo e multidimensional, que varia de pessoa para pessoa e ao longo do tempo. Além disso, a crescente valorização da individualidade, o desejo por autonomia e o anseio por um propósito de vida impulsionam muitos a buscar carreiras que vão além da mera obtenção de um salário.

Neste texto, o autor e comediante, Rafael Cortez apresenta uma breve reflexão sobre como autoestima, segurança e atitude melhoram a vida profissional. Além de desmistificar pensamentos que influenciam no bem-estar profissional, o autor também discute estratégias que podem ser adotadas para construir uma carreira mais equilibrada e satisfatória. Confira!

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As raízes do trabalho no Brasil

Nós, brasileiros, somos um povo fantástico e vibrante, descobrimos como ser criativos e estamos repletos de potencial para ter sucesso e felicidade. Mas os reflexos de uma história marcada por um profundo “complexo de vira-lata” ainda permeiam muito da nossa aceitação pessoal. 

Durante todo o processo de colonização, fomos saqueados pelos “visitantes”. E nossos povos originários, foram agredidos, estuprados, assassinados e desapropriados de suas terras. Fato é que, desde lá de trás, criamos a percepção de que outras culturas são mais velhas, mais fortes ou, como dizemos popularmente, “mais safas”.

Nas últimas décadas — ignorantes sobre o nosso passado de violência e muito alienados com as produções de Hollywood — vivemos em uma recorrente glamourização do “estilo de vida americano”: passamos a endeusar culturas colonizadoras com a mesma velocidade com que parecemos desdenhar da nossa. 

Neste sentido, frequentemente nos deparamos com estas frases: “nos Estado Unidos sim, se vive bem”; “os europeus sempre foram mais inteligentes”; “felizes são os japoneses, com suas tradições milenares aliadas a uma alta tecnologia que não dominamos”, e por aí vai. 

Obviamente, neste cruel processo de comparação onde sempre parecemos nos sentir inferiores, também falamos de vida profissional. A crença de que “no Brasil, não dá pra trabalhar e ser feliz ao mesmo tempo”, está chancelada por piadas, sambas, causos e falas populares que colocam a gravata como uma forca, e o paletó como um caixão.

Para mim, Rafael Cortez, é evidente que essa descrença resulta de uma violenta falta de autoestima. Se somos os primos pobres do mundo, o que eu muito duvido, como podemos ser determinados e realizados como nossos vizinhos ou estrangeiros aparentemente tão “instagramáveis”?

Atitude Transformadora: como assumir o protagonismo da própria vida 

A ausência de autoestima obviamente faz com que as pessoas não tenham segurança para tomar nenhuma decisão. Sendo assim, como eu tenho contado em palestras e no meu último livro “Atitude Transformadora”, lançado em agosto pela Benvirá, a tal da segurança é condição sine qua non para um importante passo, capaz de mudar vidas: a atitude!

Quem tem atitude não espera por oportunidades; as cria! Neste sentido, me parece elementar que pessoas proativas não se resignem ao meramente “ganhar o pão”. A atitude faz com que não aceitemos fazer algo que detestamos para viver do que amamos apenas em fortuitas horas vagas.

Por vezes, este meu pensamento pode ser mal compreendido. Haja vista contextos socioeconômicos que muitas vezes impedem que milhares de pessoas possam minimamente sonhar com felicidade no trabalho: o Brasil é um país cruel e profundamente desigual — e o modo como nossa nação começou, já lembrado no começo desse texto, justifica essa postura.

No entanto, caso incutíssemos no nosso povo a certeza absoluta de que essa é uma nação maravilhosa, e muito invejada por tantos outros povos. Será que, diante disso, não estaríamos um pouco mais distantes deste complexo de inferioridade que soterra o quesito “segurança” de cada um dos brasileiros?

Se cada pessoa, mais segura de si, buscasse, com a atitude resultante disso, oportunidades para ser feliz no trabalho e não virar estatísticas de um país tão cabisbaixo, não teríamos cenários diferentes com profissionais motivados e resultados de produções muito melhores?

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Como desbloquear o seu potencial profissional?

Num país como o nosso, é delicado apenas apontar a fórmula do bolo, como a da música: “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé, manda essa tristeza embora”. Também não podemos apostar tudo nesta crença no próprio valor, seria simplório dizer: “vá atrás do que quer e faça com que seu trabalho seja a extensão de um prazer que você só conhecia, talvez, em casa”.

É preciso mais do que uma fórmula mágica. É preciso cuidar das pessoas, e dar a cada uma delas ao menos o básico para que tenham dignidade. Mas, tratar disso nos levaria a um novo texto, e a reflexão — e revolta com o sistema político — me obrigaria a escrever mais e me acalmar em dobro!

Podem até me chamar de idealista. Mas eu continuo acreditando que nós não conhecemos de fato o nosso real valor. Pois se assim o fizéssemos, certamente brigaríamos para ter felicidade também no trabalho, e não só nos finais de semana e feriados.

Quero continuar vislumbrando um povo cheio de segurança e autoestima que foge dos estereótipos que nós mesmos nos damos. É difícil, eu sei, mas se passarmos a nos gostar mais, nunca mais nos contentaremos com menos. E isso, caros leitores, certamente refletirá no modo como gerimos o trabalho!

Esperamos que você tenha gostado deste conteúdo, e que ele te ajude em sua jornada de redirecionamento profissional para trabalhar com o que ama. Agora, continue no blog e confira 8 dicas incríveis para desenvolver sua autoconfiança! 

¹ Rafael Cortez tem trinta anos de experiência em comunicações e artes, e seu currículo é marcado por muitas atitudes transformadoras. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), passou anos de sua vida profissional atuando no backstage de produções de TV, teatro e circo. 

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