Conheça as metodologias inovativas e descubra como aplicá-las na educação

Se você deseja entender um pouco melhor sobre metodologias inovativas e como elas podem ser aplicadas dentro de sala de aula, leia o artigo!
Metodologias inovativas: mãos segurando post its

Se você é um educador, provavelmente vem encontrando, nos últimos anos, uma série de novas metodologias que ganham destaque na educação e passam a ser o centro de diferentes debates da área.

Com o avanço tecnológico, as práticas em sala de aula foram transformadas e reconstruídas diversas vezes, e vem se tornando mais difícil acompanhar cada uma dessas descobertas.

Isso não significa, porém, que elas não são fundamentais para a construção de um ensino mais dinâmico, divertido e, por que não? mais indolor.

Se a educação tem conseguido romper as barreiras que o ensino tradicional ergueu entre professores e alunos, e mesmo entre estudantes e o próprio ato de aprender, é muito em parte porque passou a “falar a mesma língua” que esses estudantes. Sendo assim, não vale a pena continuar tentando entender as novidades?

O conceito de metodologias inovativas surge para englobar as muitas metodologias que tomaram forma nos últimos anos. Evidentemente, cada uma delas desempenha um papel diferente, com focos diversos.

Mesmo assim, elas parecem capazes de ser reunidas a partir de um objetivo comum: a inovação na sala de aula, e a possibilidade de modelar, hoje, o futuro profissional e pessoal que será construído através da educação.

Se você deseja entender um pouco melhor sobre metodologias inovativas e como elas podem ser aplicadas dentro de sala de aula, continue a leitura e confira este conteúdo!

O que é metodologia inovativa?

O termo metodologia inovativa foi cunhado pelas pesquisadoras, educadoras e autoras do livro Metodologias inov-ativas: na educação presencial, a distância e corporativa, Andrea Filatro e Carolina Costa Cavalcanti.

A segunda edição da obra, publicada em 2023 pela Saraiva Educação, reúne as

pesquisas dessas mulheres acerca da união entre tecnologia e educação.

De acordo com as autoras, a metodologia inovativa é uma maneira de englobar a inovação e aspectos distintos do processo de ensino-aprendizagem.

Nesse sentido, ela reúne os conceitos de metodologias ativas — ou (cri)ativas, como referem as autoras —, metodologias ágeis, metodologias imersivas e metodologias analíticas.

Vale ressaltar, contudo, que cada um desses conceitos se mantém independente. O foco não é unir, sob um mesmo guarda-chuva, os diferentes focos das metodologias que ganharam espaço no último ano.

Na verdade, o objetivo das autoras ao cunhar o termo é pensar como essas metodologias, juntas, contribuem para a criação de uma nova noção de educação, acompanhada da tecnologia.

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Quais são as metodologias para uma educação inovadora?

Para Filatro e Cavalcanti, as metodologias e práticas educacionais que ganharam destaque nos últimos anos podem ser agrupadas de 4 formas: nas metodologias (cri)ativas, nas metodologias ágeis, nas metodologias imersivas e nas metodologias analíticas.

Cada uma delas desempenha um diferente papel e enxerga a educação com o seu próprio foco. No entanto, juntas, elas representam uma disrupção no modelo antigo de aprender e ensinar, tanto no ambiente da sala de aula, quanto fora dele. Abaixo, falaremos melhor de cada um desses grupos. Confira!

1. Metodologias (cri)ativas;
2. Metodologias ágeis;
3. Metodologias imersivas;
4. Metodologias analíticas.

1. Metodologias (cri)ativas

Entende-se por metodologias (cri)ativas as estratégias, técnicas, abordagens e perspectivas de aprendizagem que fazem com que estudantes de diferentes níveis participem do desenvolvimento de projetos e atividades.

Elas partem do princípio de que o aluno é um sujeito ativo e deve ocupar uma posição central no seu processo de aprendizagem.

Por isso, as metodologias (cri)ativas têm como foco a criação de atividades e projetos que desenvolvam o raciocínio dos estudantes enquanto, simultaneamente, estimulam a sua participação e engajamento.

Elas podem ou não usar ferramentas tecnológicas, o que faz com que sejam facilmente aplicáveis a diferentes contextos.

Além disso, essas metodologias conectam os conhecimentos a contextos de aplicação reais, ou, pelo menos, embasados na realidade. Por isso, os estudantes tendem a participar mais ativamente dos processos, o que ressalta o seu caráter humanista.

Alguns exemplos de metodologias (cri)ativas são:

2. Metodologias ágeis

Para as autoras, o foco das metodologias ágeis é o tempo. Com as novas tecnologias, a noção de linearidade e sequencialidade, que antes determinava as ações dentro de sala de aula, passaram a ser questionadas.

Hoje, as informações se apresentam em blocos simultâneos, e cabe ao aluno determinar onde e por que vai focar a sua atenção.

Nesse sentido, como a mentalidade ágil pode ser aplicada ao campo da educação? Alguns conceitos vêm sendo trabalhados em sala de aula, como é o caso do microlearning (no português, microaprendizagem), e algumas abordagens práticas educacionais também ganharam destaque.

No entanto, é inegável que essa modalidade de metodologia parece mais próxima do mundo corporativo. Fato é que as metodologias ágeis não colocam em xeque o papel das instituições, com frequência sendo adotadas por elas, sobretudo no Ensino Superior.

Ainda assim, elas promovem alterações estruturais no ambiente de aprendizagem, porque deslocam o controle do aprendizado para as mãos dos alunos, e repensam o papel dos professores.

Nesse novo contexto, como ensinar os alunos a aprender? Como construir uma educação que otimize o tempo de estudo sem que, ao mesmo tempo, se perca a qualidade ou a profundidade das discussões propostas? E como o uso de tecnologias educacionais pode auxiliar nesse processo?

3. Metodologias imersivas

Talvez você já tenha ouvido falar em e-sports, ou seja adepto aos jogos online. Cada vez mais populares, essas novas formas de diversão são, de modo geral, um ambiente virtual de imersão completa: dentro deles, jogadores de diversos lugares do mundo podem se transformar para lutar ao lado de seus pares.

No mundo do entretenimento, a realidade imersiva não é uma novidade. No entanto, quando ela é levada para o ambiente educacional, a história muda completamente.

Não raro ouve-se dizer que as metodologias imersivas não têm espaço na educação, ainda que elas sejam ferramentas poderosas para proporcionar experiências únicas de aprendizagem. Por que isso acontece?

Por um lado, há uma elevada demanda computacional para que os recursos de imersão possam rodar sem maiores problemas. Soma-se a isso o desconhecimento de educadores não apenas dessas ferramentas, mas das suas possíveis aplicações em sala de aula.

Contudo, quando falamos de metodologias imersivas, tratamos das ferramentas que podem ser usadas para apoiar a aprendizagem humana.

E, para isso, é preciso entender conceitos fundamentais, bem como quais recursos existem no mercado e podem ser aproveitados. Um exemplo é a realidade aumentada; outro, mais conhecido, é a gamificação.

4. Metodologias analíticas

O trabalho com dados vem ganhando uma importante dimensão, dentro e fora do ambiente educacional. Cada vez mais, grandes corporações coletam e usam dados para a construção de estratégias de negócio mais assertivas. E, nesse cenário, a educação também pode se beneficiar.

As metodologias analíticas fazem referência à enorme capacidade computacional de coletar, tratar e transformar dados ligados à aprendizagem.

Isso faz com que professores, especialistas, gestores etc. possam tomar decisões melhores, focadas no desenvolvimento estudantil e no uso de metodologias e ferramentas que realmente contribuam para a construção da educação.

Como parte desse conceito, encontramos práticas já difundidas fora do ambiente educacional, como a mineração de dados. Em relação às práticas mais ligadas à sala de aula, podemos citar o learning analytics e a aprendizagem personalizada, que também vêm ganhando destaque.

De modo geral, contudo, o que se nota é que as metodologias analíticas podem contribuir para a criação de um ensino que é, ao mesmo tempo, individualizado e plural.

Evidentemente, elas dependem muito mais das tecnologias para que sejam aplicadas de forma eficaz, o que faz com que não sejam tão difundidas quanto outras metodologias mencionadas. Ainda assim, seu efeito pode ser transformador na educação.

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Como trabalhar com metodologias inovativas?

Como explicam Filatro e Cavalcanti, cada um dos 4 grupos de metodologias construídos em sua pesquisa terão aplicações diferentes. 

Isso acontece graças ao caráter diferenciado de cada metodologia, bem como da sua dependência de tecnologias e ferramentas que não necessariamente fazem parte da sala de aula comum.

Desse modo, para trabalhar com metodologias inovativas, é preciso ter em mente qual é o principal objetivo do professor e quais ferramentas estão à sua disposição. Em seguida, deve-se escolher aquela que melhor atende a esses objetivos.

Abaixo, construímos uma tabela com base no estudo de Filatro e Cavalcanti, que visa identificar diferentes atividades que podem ser desenvolvidas em cada tipo de metodologia, bem como os seus princípios fundamentais. Confira!

Tipo de metodologiaPrincípios essenciaisAtividades desenvolvidas
Metodologias (cri)ativasProtagonismo do aluno;Criatividade e colaboração;Ação-reflexão.Narrativas transmídia com rotações por estações;Painel da diversidade;Rotinas de pensamento visível.
Metodologias ágeisEconomia da atenção;Microtudo;Mobilidade tecnológica e conexão contínua.EduScrum;Canvas Mania;Hackathon.
Metodologias imersivasEngajamento e diversão;Experiência da aprendizagem;Tecnologias imersivas.Jogos com blocos 3D;Escape room;Gamificação de conteúdo;Vivência imersiva multissensorial.
Metodologias analíticasAnalítica da aprendizagem;Adaptação ou personalização do ensino;Inteligência humano-computacional.Diagnóstico coletivo;Extrato de participação;Trilhas de aprendizagem;Chatbot educacional.

Vale mencionar, ainda, que cada tipo de metodologia também se relaciona com uma abordagem técnica diferente, mas isso não significa que elas não podem ter resultados comuns. 

Um exemplo é a aprendizagem socioemocional. Na metodologia (cri)ativa, os alunos são levados a usar a criatividade, o trabalho em equipe e a colaboração para resolver problemas e construir o seu aprendizado. 

Já na metodologia ágil, o foco é o raciocínio lógico e a capacidade de resolver problemas de forma rápida. A isso equivale dizer que as diferentes metodologias podem ser utilizadas de forma associada, promovendo um ensino mais plural e completo. 

Por que usar metodologias inovativas?

Como explicamos, as metodologias inovativas reúnem diferentes metodologias que vêm sendo debatidas na educação ao longo dos últimos anos, e que continuarão sendo focos de discussão conforme a tecnologia se transforma. 

Se compreendemos que as mudanças digitais afetam de forma irremediável a maneira como pensamos tantas áreas da nossa vida — a saúde, os negócios, a agricultura etc. —, por que manter de fora dessas novidades a educação? Esse não é um trabalho que pode ser feito.

Nesse sentido, as metodologias inovativas são uma oportunidade de olhar para o ambiente educacional e refletir sobre ele. 

De que maneira é possível usar as transformações que observamos para melhorar o ensino, aumentar o engajamento, facilitar a aprendizagem etc.? Se nossos alunos mudam junto com essas tecnologias, como adaptar a educação?

A principal importância de usar essas metodologias é fazer com que os alunos consigam se desenvolver de forma mais completa e, em geral, dinâmica, o que aumenta o engajamento e a motivação

Isso faz com que a educação continue ocupando um lugar central nos processos que observamos do mundo, em vez de se tornar datada e ser vista como um processo chato, desestimulante.

A educação pode ser, afinal, tecnológica e interessante. Ela pode incluir transformações e ser, ela mesma, disruptiva. Basta estarmos atentos às mudanças e, mais que isso, interessados em pensar sobre elas dentro da sala de aula, sempre mantendo o protagonismo dos alunos como nossa prioridade.

Esperamos que este conteúdo tenha te ajudado a entender um pouco mais sobre as metodologias inovativas. Para saber mais, não deixe de conferir na íntegra o livro Metodologias inov-ativas: na educação presencial, a distância e corporativa, de Andrea Filatro e Carolina Costa Cavalcanti. 

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