Conheça a importância da camada de ozônio e como preservá-la!

Conheça a função da camada de ozônio, qual sua situação atual, sua importância para o meio ambiente e como preservá-la!
Camada de ozônio: imagem da terra feita do espaço

Em 16 de setembro, celebra-se o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio em todo o mundo. Nesta data, em 1987, o Protocolo de Montreal foi assinado por diversos países, inclusive o Brasil. O tratado tem como objetivo proteger a camada de ozônio, e combater a produção e o consumo das substâncias responsáveis por sua destruição.

Afinal, a camada de ozônio é essencial para a vida na Terra. Ela filtra os raios ultravioleta (UV), oriundos do Sol. Estas radiações trazem uma série de danos à saúde das pessoas, como o desenvolvimento de câncer de pele e problemas de visão. 

Por isso, é essencial que estes raios UV sejam filtrados. A camada de ozônio absorve de 97% a 99% dessas radiações. 

A partir dos anos 1970, os cientistas começaram a alertar a população para a destruição da camada de ozônio. Ela acontecia principalmente pela emissão de CFCs (clorofluorcarbonos), compostos utilizados na fabricação de propelentes de aerossóis e gases de refrigeração. 

Assim, começou um esforço político internacional para salvar este escudo, com a elaboração do Protocolo de Montreal.

Neste artigo, você vai entender mais sobre a camada de ozônio, importante tema do meio ambiente na atualidade. Explicaremos sua função, como preservá-la, e sua situação atual. Boa leitura! 

O que é camada de ozônio e qual sua função?

A camada de ozônio é formada pelo gás ozônio (O3) e está localizada entre 15 km a 35 km de altitude, em uma área da atmosfera conhecida como estratosfera.

Este escudo tem como principal função a filtragem dos raios ultravioleta, oriundos do Sol. Isso ocorre pelo chamado ciclo ozônio-oxigênio, que pode ser dividido nas seguintes etapas:

  • Formação do ozônio;
  • Absorção dos raios ultravioleta.

Saiba mais:

Formação do ozônio

A radiação ultravioleta interage com a molécula de oxigênio (O2), quebrando-a em dois átomos de oxigênio (2O):

O2 → 2O

Cada um desses átomos junta-se a uma molécula de oxigênio, formando moléculas de ozônio (O3):

O + O2 → O3

Absorção dos raios ultravioleta

Em seguida, as moléculas de ozônio formadas absorvem a radiação ultravioleta e são quebradas, resultando em uma molécula de oxigênio (O2) e um átomo de oxigênio, reiniciando o ciclo:

O3 → O2 + O

Assim, o ozônio vai se equilibrando na estratosfera por meio desse ciclo. Ele absorve a radiação UV, que faz com que ele seja fragmentado, resultando em uma molécula de O2 e um átomo de oxigênio. 

Quando ocorre a liberação de substâncias que danificam esta camada, por meio da atividade humana, os raios UV atingem diretamente a superfície terrestre, causando uma série de efeitos nocivos, como veremos adiante. 

É válido destacar que o ozônio no nível do solo, isto é, na troposfera, tem efeitos tóxicos, de modo que é considerado um gás poluente. 

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Que importância tem a camada de ozônio?

A camada de ozônio filtra de 97% a 99% das radiações ultravioleta, impedindo-as de atingir a superfície terrestre.

Estes raios podem causar uma série de danos à saúde. Na lista abaixo, conheça alguns desses efeitos nocivos:

  1. Desenvolvimento de câncer de pele;
  2. Problemas de visão;
  3. Alterações no sistema imunológico;
  4. Envelhecimento precoce da pele.

Entenda em detalhes:

1. Desenvolvimento de câncer de pele

A exposição excessiva às radiações UV pode favorecer o desenvolvimento de câncer de pele. Estima-se que, para cada 1% da camada de ozônio que é perdida, podem surgir 50 mil novos casos de câncer de pele.

Isso porque estes raios podem levar a alterações nas células humanas.

2. Problemas de visão

Quando os raios UV atingem os olhos, eles podem provocar o surgimento da catarata, lesão ocular que torna o cristalino opaco.

Para cada 1% da camada de ozônio perdida, calcula-se que surjam 100 mil novos casos de problemas oculares em todo o mundo.

3. Alterações no sistema imunológico

A exposição em excesso às radiações ultravioleta também pode levar a uma redução da atividade ou eficiência do sistema imunológico.

4. Envelhecimento precoce da pele

Outra consequência importante da exposição aos raios UV é o envelhecimento prematuro da pele. Isto é, ocorre uma danificação mais acelerada deste órgão.  

É importante destacar que as radiações UV também comprometem outros seres vivos. Elas prejudicam os estágios iniciais do desenvolvimento de animais aquáticos, como peixes, camarões e caranguejos. Também reduzem a produtividade do fitoplâncton, o que gera um desequilíbrio na cadeia alimentar.

Por isso, ao filtrar os raios UV, a camada de ozônio é essencial para a vida na Terra.

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O que pode causar a destruição da camada de ozônio?

Em Meio Ambiente – Guia Prático e Didático, os autores Paulo Roberto Barsano e Rildo Pereira Barbosa explicam:

A destruição da camada de ozônio é causada pela influência de gases clorofluorcarbonos (CFC) e outras substâncias químicas halogenadas artificiais, que em reação com as moléculas de ozônio destroem essa barreira natural. Esses compostos eram utilizados na fabricação de propelentes de aerossóis e extintores de incêndio, gases de refrigeração e solventes orgânicos.

Os “buracos” abertos no escudo protetor do planeta, e suas consequências diretas, foram constatados em especial na Antártida e no Ártico, onde essas substâncias químicas, em baixíssimas temperaturas, aceleram a mudança do CFC em cloro, que em reação com o ozônio destrói a barreira natural”  (BARSANO & BARBOSA, 2019, p.123; destaques nossos).

Ou seja, as principais substâncias que causam a destruição da camada de ozônio são os chamados CFCs (clorofluorcarbonos). Eles eram usados principalmente para a refrigeração, em geladeiras, freezers e sistemas de ar condicionado. Também em aerossóis.

Os CFCs tornaram-se populares por sua praticidade e bom preço. Entretanto, a partir dos anos 1970, os cientistas começaram a alertar a população para seus efeitos nocivos: eles estavam destruindo a camada de ozônio, gerando o que eles chamaram de “buracos” – regiões de baixa concentração de O3.  

Isso porque, ao subirem até a estratosfera, estes gases sofrem a ação dos raios UV. Em seguida, têm suas moléculas decompostas, e seus átomos livres reagem com o ozônio, transformando-o em oxigênio. Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio.

Com a diminuição da concentração de ozônio na estratosfera, temos a destruição da camada, e, consequentemente, a diminuição da filtragem de raios ultravioleta.

Outras substâncias que também contribuem para danificar a camada de ozônio são:

  • Óxido nítrico (NO);
  • Óxido nitroso (N2O);
  • Dióxido de carbono (CO2).

Conheça também: O que é descarbonização e qual sua importância para o meio ambiente

O que é o buraco na camada de ozônio?

O buraco na camada de ozônio é um fenômeno de diminuição da concentração de ozônio em algumas regiões do mundo. Ele foi verificado principalmente na Antártida.

Em 1984, cientistas constataram que a camada de ozônio havia perdido um terço de sua espessura em comparação com as décadas anteriores na Antártida. Como vimos, a principal causa desta destruição é a emissão de clorofluorcarbonos, por meio da atividade humana.

Por ser uma região mais fria, a Antártida é mais suscetível, pois as baixas temperaturas facilitam a transformação química dos elementos que reagem com o ozônio.

O que pode ser feito para evitar a destruição da camada de ozônio?

Agora que você sabe a importância da camada de ozônio, pode se perguntar o que pode ser feito para evitar sua destruição. Sabemos que este escudo é danificado principalmente pela emissão de gases clorofluorcarbonos.

Sendo assim, a principal forma de cuidar da camada de ozônio é não liberar estes gases nocivos na atmosfera. Isto é, diminuindo a emissão de CFCs.

Desde que a comunidade científica alertou a sociedade sobre a destruição da camada de ozônio, esforços internacionais foram feitos para conter a emissão de gases CFCs. Países investiram em pesquisas, e fizeram ações políticas em conjunto. 

Em 16 de setembro de 1987, foi assinado o Protocolo de Montreal. Ele tem como principal objetivo a eliminação ou redução da emissão de uma série de substâncias que destroem a camada de ozônio. Entrou em vigor em 1989.

Por exemplo, o tratado previa a redução da emissão de CFCs em 80% entre 1994 e 1996. Também eliminar a fabricação e o uso destas substâncias.

Em 1988, foram emitidas 1,46 milhão de toneladas de substâncias que destroem a camada de ozônio. Com os esforços internacionais, este número foi caindo: 1,41 milhão de toneladas em 1989; em 2000, eram 260 mil.

Brasil e o Protocolo de Montreal

O Brasil ratificou o Protocolo de Montreal por meio do decreto nº 99.280, de 1990. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é o responsável pelo controle das substâncias.

De acordo com o órgão, ao aderir ao Protocolo de Montreal, os estados-partes cumprem obrigações específicas, em especial, a progressiva redução da produção e consumo das substâncias que destroem o ozônio (SDO) até sua total eliminação.

As SDO são divididas em sete famílias, e cada uma delas apresenta regulamentações específicas. São elas:

  • Clorofluorcarbonos (CFCs);
  • Hidroclorofluorcarbonos (HCFCs);
  • Halons;
  • Brometo de metila;
  • Tetracloreto de carbono (CTC);
  • Metilclorofórmio;
  • Hidrobromofluorcarbonos (HBFCs).

O Brasil também ratificou a emenda de Kigali ao Protocolo, que inclui os hidrofluorcarbonos (HFCs) na lista de substâncias controladas. Estas substâncias não causam danos à camada de ozônio, mas contribuem potencialmente para o aquecimento global. Elas são usadas como substitutas aos CFCs e HCFCs.

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Qual é a atual situação da camada de ozônio?

Em janeiro de 2023, a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que a camada de ozônio está a caminho de se recuperar dentro das próximas quatro décadas.

Isso indica o sucesso do Protocolo de Montreal, e também da cooperação internacional. Segundo a Organização, foram eliminadas 99% das substâncias proibidas, que destroem a camada de ozônio.

Se as políticas atuais permanecerem em vigor, espera-se que a camada recupere a concentração de 1980 até 2040. Na Antártida, é esperado que isso aconteça por volta de 2066. Já no Ártico, em 2045.

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Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio

Em 16 de setembro, mesma data da assinatura do Protocolo de Montreal, celebra-se o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.

Este dia tem como objetivo conscientizar e informar a população sobre a importância da camada de ozônio. Também garantir que as autoridades internacionais continuem os esforços para a recuperação desse escudo, fiscalizando e controlando a emissão de substâncias nocivas.

Neste contexto, as empresas que têm ações de ESG (Environmental, Social e Governance; em português: Ambiental, Social e Governança) podem aproveitar a data para falar sobre este tema, cumprindo uma importante função social. 

Além disso, no setor de educação, as escolas e universidades podem promover debates e palestras sobre o assunto, contribuindo para ampliar ainda mais a conscientização sobre este escudo natural tão importante para a vida na Terra. 

Esperamos que você tenha gostado deste artigo sobre a camada de ozônio. Que tal também conferir este post com 10 dicas de autocuidado?

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