Veja quais são os principais métodos de alfabetização e como aplicar!

Continue lendo este texto e entenda as particularidades da alfabetização e as melhores formas de trabalhá-la em uma instituição de ensino!
Alfabetização: criança escrevendo letras

Você se lembra da primeira coisa que leu? A escritora brasileira Mariana Carrara assinala, em seu livro “Se deus me chamar não vou (Editora Nós, 2019), um aspecto essencial da alfabetização: “uma vez que aprendemos a ler, é impossível voltar atrás”. 

Essa observação, apesar de simples, revela o lado transformador desse processo no nosso cotidiano. Depois de alfabetizados, os símbolos e cores uma vez confusos dos outdoors e placas se tornam legíveis; todas as palavras se apresentam a nós.

É, de fato, uma nova maneira de se colocar no mundo — mais completa e mais cheia de significado. No entanto, o processo de alfabetização vai muito além da simples decodificação das letras do alfabeto.

Para que seja eficaz, é preciso que ele esteja associado ao letramento, e seja trabalhado de maneira estratégica dentro e fora da sala de aula.

Ao longo deste percurso, os educadores podem utilizar diversos jogos e brincadeiras, que tornem esse processo divertido e prazeroso. Os livros infantojuvenis também são aliados indispensáveis em toda esta trajetória.

Ficou curioso para saber mais sobre a alfabetização?Neste artigo, você vai entender tudo sobre suas particularidades, as melhores formas de trabalhá-la em uma instituição de ensino.

Além disso, falaremos sobre  a importância do combate ao analfabetismo, uma das pautas do Dia Nacional da Alfabetização, também demonstraremos a relevância de apresentar livros para as crianças neste processo, e indicaremos 15 bons títulos. Confira!

Qual é o conceito de alfabetização?

O conceito de alfabetização pode ser caracterizado como o processo de aquisição de um conjunto de técnicas necessárias para a prática da leitura e da escrita. Isso significa que ele diz respeito ao conhecimento técnico das letras do alfabeto e da sua decodificação em sons (fonemas e grafemas).

No entanto, a alfabetização, enquanto processo, não pode ser pensada de maneira estanque e separada do contexto em que ela acontece. Isso porque, para ser bem sucedida, ela deve estar associada a um outro processo: o de letramento, ou seja, o processo de interpretação daquilo que é lido.

Essa noção aparece, por exemplo, na obra de Paulo Freire, para quem o processo de alfabetização faz parte de um projeto político que visa a emancipação do indivíduo.

Leia também: Qual é a verdadeira importância da leitura?

A alfabetização de Paulo Freire

Paulo Freire (1921-1997) é considerado um dos maiores pensadores da história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento conhecido como “pedagogia crítica”. 

Dentre as suas muitas contribuições para a educação e para o processo de aquisição de conhecimento, a metodologia Freire é, talvez, a mais conhecida.

Essa metodologia é exposta ao longo da vasta obra do autor, e aplicada sobretudo no processo de alfabetização de adultos, tocado por Paulo Freire ao longo da sua trajetória como educador. Ela se baseia na construção de um novo conhecimento partindo do conhecimento prévio dos alunos.

Isso significa que, para alfabetizar seus alunos, Paulo Freire partia de um vocabulário que já era parte do cotidiano daquelas pessoas. Isso promovia uma maior participação dos alunos, que eram vistos como parte ativa da sua aprendizagem. Esse reconhecimento era essencial para que o processo fosse bem sucedido.

Freire defendia que a alfabetização era uma maneira de emancipação. Ela seria a responsável por permitir “a consciência reflexiva da cultura”, bem como “a reconstrução crítica do mundo humano, a abertura de novos caminhos”. Por isso, era fundamental que esse processo estivesse intimamente conectado à realidade daqueles que o atravessavam.

A metodologia de Freire foi a responsável por aplicar na educação uma noção que, hoje em dia, com as metodologias ativas, é bastante replicada: a de que os alunos não são apenas “objetos receptores”, mas aprendizes ativos. 

Assim, ao alfabetizar, era preciso mais do que aprender sons e letras; era preciso visualizar as palavras, aplicá-las ao dia a dia; reconhecê-las.

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Para que serve a alfabetização?

A alfabetização é o processo de reconhecimento de letras e sons. Além disso, quando associada ao letramento, é também uma maneira de ler e interpretar o contexto em que se insere o indivíduo. 

Partindo dessas duas definições e de uma série de pesquisas sobre a alfabetização, é possível definir algumas das suas principais funções — ou, melhor dizendo, algumas de suas consequências mais imediatas. Confira!

1.Capacitar o indivíduo para a leitura e a escrita;
2.Possibilitar a reflexão acerca do contexto em que nos inserimos;
3.Emancipar os indivíduos.

Entenda em detalhes:

1. Capacitar o indivíduo para a leitura e a escrita

Podemos dizer que esta é a função mais básica da alfabetização, pois ela acontece mesmo quando esse processo não está associado ao letramento dos alunos. 

Ao construir a relação entre fonemas e grafemas, o indivíduo alfabetizado se torna capaz de identificar e reconhecer palavras, lendo e escrevendo quando necessário.

Se associada ao processo de letramento, a alfabetização aprofunda essa capacidade: permite que as pessoas sejam capazes, também, de interpretar aquilo que é lido, bem como de refletir criticamente sobre aquilo que será escrito. Isso faz com que esses indivíduos se tornem parte ativa das suas comunidades.

A capacitação para a leitura e a escrita significa, portanto, a construção de um conhecimento que pode servir como base para uma série de mudanças sociais, tanto a nível pessoal quanto em um nível mais amplo, social.

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2. Possibilitar a reflexão acerca do contexto em que nos inserimos

A alfabetização, como parte do processo de letramento, possibilita a interpretação de mensagens e contextos diversos. Dessa maneira, o indivíduo alfabetizado é capaz de pensar criticamente sobre as mensagens com as quais entra em contato, refletindo sobre o seu contexto.

Para o patrono, Paulo Freire, o processo de alfabetização está associado à compreensão do indivíduo de que ele é parte ativa da sua educação. Nesse sentido, os seus conhecimentos de mundo são importantes para a sua formação, e a maneira como ele os aplica faz total diferença ao longo desse processo.

Quando aprende a ler e a escrever dentro de um contexto específico, o indivíduo aprende também a interpretar a sua posição social. A partir daí, se reconhece como parte de uma sociedade e entende melhor os seus papéis, seus deveres e responsabilidades.

3. Emancipar os indivíduos

A educação como forma de libertação dos indivíduos não é um conceito novo. De fato, ele é amplamente reproduzido na pedagogia, e tem início já na alfabetização e no letramento das pessoas. Afinal, é com base nesses processos que podemos iniciar o nosso reconhecimento como integrantes de uma sociedade.

Mas a leitura e a escrita vão além: elas possibilitam também a mudança da realidade, a partir da imaginação e do pensamento crítico. Aprender a ler e a escrever é, portanto, uma maneira de reconhecer o mundo, mas também de adquirir poder para transformá-lo.

Na literatura brasileira, nosso maior exemplo dessa potência de transformação está na obra de Maria Carolina de Jesus. Na pedagogia, Paulo Freire mostra a importância da alfabetização associada ao processo de emancipação social. 

Mas não é preciso ir muito longe para traçar essa relação: basta pensar que alguém que sabe ler e refletir por si mesmo está menos apto a apenas aceitar a realidade que lhe é imposta.

Como se começa a alfabetização?

De maneira geral, a alfabetização é pensada para que aconteça durante os primeiros anos do ensino fundamental. Algumas pesquisas apontam que, aos 6 anos de idade, a criança já está apta a aprender a ler e a escrever, sendo este o momento ideal para o início desse processo.

No entanto, estudos apontam que a alfabetização depende de outros fatores além da maturidade cognitiva dos indivíduos. São eles:

  • a autoestima da pessoa que será alfabetizada;
  • o incentivo recebido, tanto por parte da família quanto pelos professores;
  • os procedimentos didáticos aos quais a pessoa é exposta; etc.

Como indicamos, a alfabetização não deve ser pensada apenas como o reconhecimento de sons e letras do alfabeto. Para que seja efetiva, ela deve estar associada a um processo mais amplo de interpretação. 

Nesse sentido, esse processo deve ser construído de forma contínua, desenvolvendo-se dentro e fora da sala de aula. Para se alfabetizar, a pessoa deve não só conviver com o material escrito, mas entendê-lo de modo organizado, refletindo sobre aquilo que está exposto, interagindo com os textos.

Isso deve começar com os conteúdos visualizados no dia a dia, como rótulos, jornais, placas, outdoors etc. Dessa maneira, cria-se familiaridade com o texto escrito e com as suas diferentes significações, o que amplia a compreensão e torna a alfabetização um processo mais natural.

Evidentemente, será papel da escola direcionar e sistematizar a alfabetização, construindo a relação metalinguística entre aquilo que é lido e seu significado. No entanto, nota-se que esse processo dependerá de uma série de outros fatores e, assim, crianças podem estar prontas para ele em diversas fases.

Não podemos admitir, portanto, que existe uma idade correta para a alfabetização. Apesar de existir um período considerado “ideal”, esse processo pode acontecer em diferentes momentos, inclusive depois da vida adulta.

Quais são os principais métodos de alfabetização?

Como explicamos ao longo deste texto, a alfabetização é um processo que deve ser pensado dentro do contexto dos indivíduos e estimulado tanto dentro quanto fora de sala de aula. Para que ela seja bem sucedida, educadores podem contar com diferentes métodos. Abaixo, apresentamos os principais.

1. Método alfabético
2. Método fônico
3. Método silábico
4. Palavração
5. Sentenciação
6. Método global

1. Método alfabético

Também chamado de “soletração”, este é um dos mais antigos métodos de alfabetização. Seu objetivo é apresentar as letras do alfabeto em ordem, usando técnicas que ajudam o aluno a associar a representação gráfica das letras ao seu som.

Nesse método, o indivíduo aprende a ler a partir da união de letras em sílabas que, então, se tornam palavras. A aprendizagem da palavra “sala”, por exemplo, aconteceria da seguinte forma: s, a, sa, l, a, la, sa-la. 

2. Método fônico

Com o método fônico, a alfabetização tem início no reconhecimento dos fonemas e vai dos sons mais simples (as vogais) até os sons mais complexos (as consoantes). Só depois os indivíduos alfabetizados aprendem a formar sílabas e palavras.

O objetivo desse método é aproximar, aos poucos, os alunos dos significados das palavras. Para que ele seja eficaz, é preciso que os indivíduos reconheçam as 26 letras do alfabeto e associem uma palavra à uma imagem e som. Depois, são ensinadas as sílabas e as palavras como um todo.

3. Método silábico

No método silábico, os alunos aprendem as famílias silábicas, que são associadas a desenhos ou palavras-chave. Por exemplo, aprende-se a família do “b”, do “c”, do “d” e assim sucessivamente.

Ao usar esse método, os educadores partem de unidades pequenas para só então abordar unidades mais complexas. Logo, podem usar as sílabas para abordar os sons individuais de cada letra.

4. Palavração

Na palavração, os educadores trabalham como a palavra se organiza graficamente, sem que seja necessário decompô-la em sílabas. São apresentados grupos de palavras e é papel dos alunos reconhecer suas características.

Os alunos aprendem a reconhecer as letras pela visualização e pela configuração gráfica. É necessário usar cartões para fixação, com palavras e figuras, além de fazer exercícios para ensinar o movimento de escrita de cada palavra.

5. Sentenciação

A sentenciação é o método que visa ensinar o significado das palavras de forma mais abrangente, a partir do uso de frases. Desse modo, é função do aluno compreender o sentido de uma sentença para depois analisar as palavras e, por fim, as sílabas que as compõem.

Nesse método, o foco é a compreensão das frases. Comumente, se usa a estratégia de comparar palavras e isolar elementos reconhecidos, que são, então, usados para compor palavras novas.

6. Método global

Por fim, o método global parte da observação de um texto por um tempo determinado, com o objetivo de memorizar e compreender o seu sentido geral. Em seguida, são analisadas as sentenças, as palavras e as composições silábicas.

Dessa maneira, a pessoa é estimulada a perceber a linguagem em seu aspecto global. A interpretação de ideias e a análise de segmentos são processos entendidos como posteriores.

Vale mencionar, ainda, que todas essas metodologias podem ser aplicadas de diferentes maneiras, seja através de atividades lúdicas, como brincadeiras em sala de aula, seja a partir da leitura de diferentes gêneros e da adivinhação de significados. 

O importante é manter a motivação dos alunos e interessados no processo de aquisição do conhecimento.

Quais são as atividades para iniciar a alfabetização?

Quais atividades os educadores podem utilizar dentro da sala de aula para trabalhar a alfabetização? Primeiramente, as tarefas devem ser diversificadas, afinal, cada indivíduo aprende melhor de uma maneira, sendo assim é necessário compreender que há estilos de aprendizagem específicos.

Em geral, recomenda-se o uso de jogos, de modo a tornar o aprendizado prazeroso e divertido. A importância do brincar para o desenvolvimento das crianças é tão grande que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) o coloca como um eixo estruturante das práticas pedagógicas na educação infantil.

Na lista abaixo, separamos algumas possibilidades:

  1. Jogo da memória;
  2. Jogos com letras físicas;
  3. Peças com sílabas;
  4. Jogo da forca;
  5. Contação de histórias.

Leia mais sobre as atividades:

1. Jogo da memória

Você pode criar um jogo da memória no qual os pares são formados por uma palavra e a figura correspondente. Por exemplo, em uma carta, a palavra “maçã” e, no par, o desenho desta fruta.

Isso estimula que a criança associe a palavra à imagem. Assim, ela vai desenvolvendo a memorização e, aos poucos, passa a identificar a grafia correta de diversos objetos.

2. Jogos com letras físicas

As crianças podem produzir junto dos educadores um alfabeto com letras físicas, feitas de papelão, cartolina ou EVA. Com essas letras, elas podem brincar de vários jogos.

Por exemplo, uma caça ao tesouro: o professor esconde as letras na sala ou ao ar livre. Quem encontrar uma letra, deve identificá-la, dizendo seu nome. Em seguida, pode falar uma palavra que comece com aquela letra.

Outra possibilidade é disponibilizar várias dessas letras para que as crianças em grupos formem palavras. O time que formar mais palavras em um período de tempo definido é o vencedor.

3. Peças com sílabas

Uma variação da atividade anterior é criar peças com sílabas. A partir delas, podem ser trabalhadas diversas habilidades com os alunos. Por exemplo:

  • A identificação das sílabas;
  • Ditado – o professor fala uma palavra e o aluno junta as sílabas para escrevê-la;
  • Formação de palavras em grupos.

4. Jogo da forca

Um jogo muito popular que pode ser utilizado dentro da sala de aula é o da forca. Nele, os alunos têm chances limitadas para adivinhar uma palavra. Ao longo do processo, dicas podem ser fornecidas, a fim de facilitar a adivinhação. 

A ideia é conseguir deduzir o termo, antes que a figura de um personagem seja totalmente desenhada na forca. Por meio desta brincadeira, as crianças desenvolvem habilidades de leitura, compreensão e dedução.

5. Contação de histórias

Uma atividade muito poderosa durante o processo de alfabetização é a contação de histórias. Isto é, narrar histórias para as crianças. Para isso, pais e educadores podem se utilizar de livros de literatura infantojuvenil, por exemplo.

A contação de histórias ajuda a criar relações entre palavra e imagem, ampliar o vocabulário das crianças, e também contribui para que elas desenvolvam uma consciência fonológica — a capacidade de identificar e manipular os sons da linguagem falada.

Além disso, é uma atividade que serve para aproximar pais, educadores e crianças, construindo laços seguros e um bom ambiente para o desenvolvimento infantil.

No próximo tópico, entenda com mais detalhes a importância dos livros para a alfabetização das crianças.

Como os livros facilitam o processo de alfabetização?

Os livros apresentam diversas potencialidades, que podem ser utilizadas pelos educadores a fim de facilitar o processo de alfabetização.

Primeiramente, se pensarmos nos livros infantis, eles são, com frequência, ricamente ilustrados. Todo seu projeto é pensado para atrair a criança: podem contar com elementos táteis e textos em forma de poema, com rimas. Por meio das ilustrações, a criança vai associando palavras às imagens. 

Na contação de histórias, o educador pode utilizar diversos recursos expressivos, de forma a enfatizar os sons das palavras, fazendo com que a criança associe som, texto e imagem. 

Nos poemas, estas possibilidades de interpretação se tornam ainda mais ricas. Os livros de ficção estimulam a criatividade e a imaginação das crianças. Elas podem ser incentivadas a criar suas histórias, utilizando suas próprias palavras e pesquisando por termos novos. Logo, vão desenvolvendo a escrita.

Aproximar as crianças de livros infantojuvenis também tem uma importância para que elas adquiram o gosto pela leitura. Este hábito é essencial para formar cidadãos críticos, independentes, e que atuem diretamente na construção de um mundo melhor.

Aprofunde-se neste tema: Qual a importância da leitura na infância? Veja 5 dicas para incentivar a prática

Como escolher livros para crianças que estão aprendendo a ler?

Quais são as melhores leituras para crianças que estão em pleno processo de alfabetização? Esta é uma dúvida que pode surgir não só para os pais, como também para os educadores.

Pensando nisso, separamos algumas características essenciais que todo livro utilizado no contexto de alfabetização deve apresentar. Confira:

  1. Vocabulário adequado;
  2. Ilustrações;
  3. Visões de mundo diversas;
  4. Situações cotidianas;
  5. Histórias rimadas. 

Saiba mais:

1. Vocabulário adequado

O primeiro aspecto é que o livro deve apresentar uma linguagem simples. Afinal, as crianças estão tendo um primeiro contato com as palavras, e é natural que não tenham um vocabulário muito amplo.

Sendo assim, verifique se a narrativa apresenta um texto claro, com palavras comuns do dia a dia da criança. Também é importante que as frases sejam curtas, porque, assim, a compreensão é facilitada.

2. Ilustrações

Obras com ilustrações tornam a leitura mais envolvente e rica. A experiência da criança com o livro se amplia com os desenhos, e eles podem servir para complementar a narrativa.

Além disso, livros ricamente ilustrados costumam chamar mais a atenção dos jovens leitores, despertando o interesse deles por histórias. 

Pense, por exemplo, nas obras que você lia quando era criança. Elas provavelmente eram ilustradas, certo? Sejam livros de ficção ou até mesmo histórias em quadrinhos: a ilustração é um elemento comum às obras desta fase da vida.

3. Visões de mundo diversas

A leitura é uma forma de ampliar a nossa visão de mundo. Estudos indicam que ler nos torna mais empáticos, porque entendemos uma perspectiva diferente da nossa, aprendendo a nos colocar no lugar do outro. Esta fase da vida também é decisiva para a formação de crenças: a criança está tentando entender o mundo. 

Os livros são uma excelente forma de transmitir valores positivos, como, por exemplo, a tolerância, o respeito às diferenças, diversidade familiar e uma boa relação com o meio ambiente. Por isso, busque por obras que façam as crianças refletirem e transmitam visões de mundo diversas. 

Veja também: 3 livros infantis sobre diversidade para ler com as crianças!

4. Situações cotidianas

Verifique também se as histórias partem de situações cotidianas, próximas do contexto da criança. Isso é um fator importante para criar conexão entre o leitor e a história.

Por exemplo, situações que envolvam brincadeiras, relações escolares, tempo com a família, entre outros. Todas estas são facilmente identificáveis pela criança, e ela pode se imaginar na aventura que é narrada.

Ainda neste contexto, também verifique se a criança conseguirá se relacionar com as personagens da história. Isto é, se elas compartilham características em comum com o jovem leitor — por exemplo, são de uma faixa etária parecida.

Isso ampliará ainda mais os laços entre a criança e a história, facilitando a sua conexão com os eventos narrados.

5. Histórias rimadas

As narrativas com ritmo e rima costumam ser atraentes para os jovens leitores. Isso também torna a contação de histórias mais interessante, porque ela terá uma estrutura musical.

Ler em voz alta torna-se uma atividade divertida para a criança, porque ela vai descobrindo rimas e a musicalidade das palavras. Neste processo, ela também memoriza os sons dos vocábulos, além de reforçar sua relação com a palavra escrita, processos importantes durante a alfabetização. 

Saiba mais: Conheça 15 atividades para educação infantil e sua importância pedagógica

Quais os melhores livros para jovens leitores? Confira 15 dicas

Agora que você conhece as características essenciais dos livros utilizados no contexto da alfabetização, pode estar em busca de recomendações específicas de títulos. O selo Mundo Benvirá possui obras que obedecem a todos os requisitos anteriores. 

São livros infantojuvenis de qualidade, com histórias ricamente ilustradas, vocabulário adequado e narrativa envolvente. Além disso, seus personagens representam a diversidade e o respeito às diferenças, levando em conta as diferentes realidades e contextos de seus leitores.

Confira 15 dicas de livros para jovens leitores:

  1. Zino – Um estranho menino, de Pedro Barros Fonseca;
  2. A fantasia do cachorro, de Silvia Schujer e Patricia Fitti;
  3. Para lá para lá, de Istvansch;
  4. Dona Cachorreira em festa no quintal, de Stephano Azzi Neto;
  5. A semana do Gato Valente, de Istvansch;
  6. O grande livro dos dragões, de Valéria Dávila e Federico Combi;
  7. Lágrimas de crocodilo, de Silvia Schujer e Héctor Borlasca;
  8. Malu e suas mães, de Nanda Mateus, Raphaela Comisso e Veridiana Scarpelli;
  9. Astronauta, de Regi Ferreira e Malu Bandeira;
  10. O plano de Lila, de Gaby Thiery;
  11. Malu brinca de quê?, de Nanda Mateus, Raphaela Comisso e Veridiana Scarpelli;
  12. Pequenas vidas pretas importam, de Khodi Dill e Chelsea Charles;
  13. Um aperto no peito, de Áine Murray e Bronagh Lee;
  14. Tudo bem ter espinhos, de Nastya Ryabtseva e Nataša Jovanić;
  15. Uma menina com um lápis, de Federico Levín e Nico Lassalle.

Quando é o Dia Nacional da Alfabetização?

O Dia Nacional da Alfabetização é celebrado em 14 de novembro. Esta data tem como objetivo reiterar a importância da alfabetização para o desenvolvimento social do Brasil, pensando em ações específicas para erradicar o analfabetismo.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo do Brasil era de 5,6% em 2022 — isso representa quase 10 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever.

Quando observamos mais de perto os dados sobre o analfabetismo, vemos, por exemplo, que ele é maior entre pessoas pretas e pardas (7,4%), do que em brancos (3,4%). Regionalmente, ele é maior no Nordeste (11,7%) e menor no Sudeste (2,9%).

Isto é, a taxa de analfabetismo reflete as desigualdades socioeconômicas existentes no Brasil. Garantir a plena alfabetização da população é essencial para a emancipação das pessoas, e para nosso desenvolvimento social.

Dessa forma, o Dia Nacional da Alfabetização busca conscientizar a sociedade sobre a importância desta habilidade e também cobrar as autoridades para que criem políticas públicas nesse sentido.

O dia 14 de novembro foi escolhido porque marca a criação do Ministério da Educação (MEC), pelo Decreto nº 19.402, de 1930. Na ocasião, ele era chamado de Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública.

O que significa o Dia Mundial da Alfabetização?

No âmbito internacional, o Dia Mundial da Alfabetização é comemorado em 8 de setembro. Esta data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, sendo celebrada em todos os seus países-membros.

O objetivo do Dia Mundial da Alfabetização é promover discussões sobre a alfabetização no mundo todo, em especial em países com altos índices de analfabetismo.

Assim, a data visa conscientizar sobre a relevância da alfabetização plena, para a emancipação dos indivíduos. Vale destacar que a educação é um direito humano, assegurado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Para que a educação se configure, e que cada pessoa se desenvolva, a alfabetização é a base. A ONU também coloca a educação de qualidade como um dos seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que devem ser alcançados até 2030.

Agora que você já sabe o que é a alfabetização, para que ela serve e como funcionam os principais métodos para aplicá-la, não deixe de conferir também nossa lista com os 10 melhores livros infantojuvenis!

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